Brooklyn Nine-Nine, ou Lei e Desordem – 4 temporadas (2013-2017)
Brooklyn Nine-Nine conta o dia a dia de uma delegacia de polícia no distrito do Brooklyn, Nova York. O protagonista é Jake Peralta, um detetive que, assim como seus colegas, leva o trabalho a sério de um modo pouco trivial. Tudo muda quando o severo Capitão Raymond Holt assume o comando.
É impressionante como ao longo de quatro temporadas (de 5 já produzidas e uma sexta que será assumida pela NBC, após o cancelamento pela Fox neste ano) nunca deixa a peteca cair. A qualidade do humor se mantém em altíssimo nível do começo ao fim.
É claro que existem episódios fenomenais e muito melhores do que outros, mas não existem episódios fracos ou ruins, pela qualidade do roteiro, que se sustenta na base estabelecida de humor pontual, dividindo mini arcos para cada personagem em cada episódio, trocando duplas ou trios em cada história, o que não só favorece dinâmicas, como também mantém o equilíbrio e não enjoa o espectador com repetições. Destaques para os episódios especiais de Dia de Ação de Graças, Halloween e Natal, que sempre trazem uma novidade a cada ano, que suplanta a anterior e continua nos surpreendendo.
Praticamente todos os personagens principais são incríveis, com tipos de humor diferentes e para todos os gostos. A começar pelo protagonista, que nos primeiros minutos do primeiro episódio, da primeira temporada, se prova um chato de galocha, mas logo mostra a que veio. O Jake Peralta do inspirado Andy Samberg é infantil e constrangedor, mas compensa em suas ótimas habilidades enquanto policial (que todos os demais apresentam também, em diferentes medidas), com sua paixão por Duro de Matar sendo um elemento nerd e crucial para o fundamento de seu personagem.
Stephanie Beatriz como Rosa Díaz é um ícone a parte. Durona, casca-grossa e de expressões pétreas, ela é uma das mais cativantes figuras em tela, justamente pelo contraste que gera quando ela é colocada em situações fofas ou dóceis, sem contar que sua rabugice sempre gera ótimas gags. O rei das gags, aliás, é o imparável Charles Boyle, interpretado absurdamente pelo estranho Joe Lo Truglio, que não só é o melhor parceiro do protagonista, como sua “boa-mocice” fornece um coração inesperado neste mar de humor negro.
A Amy Santiago de Melissa Fumero, independentemente de seu perfil metódico e estritamente certinho, é completamente apaixonante, e não tem como o espectador não torcer pelo romance entre ela e Peralta, que começa como uma disputa saudável, depois desenvolve-se como flerte, até para uma paixão platônica, culminando em um romance bacana e divertido, nada piegas e que não deixa a série perder a alma por conta do amor, outro acerto.
Terry Crews sendo Terry Crews é tudo o que todos os fãs do pai do Chris sempre quiseram ver, ainda que sua versão do sargento Terry Jeffords seja mais contida (mas vez ou outra ainda vemos os peitinhos se contraindo como easter-egg essencial). Andre Braugher brilha no papel de Capitão Ray Holt, não só pela representatividade dupla nada gratuita que ele exerce com excelência, como na figura sólida de seu personagem, que ao ser indecifrável em suas feições e sentimentos, acaba conquistando a todos, principalmente no desenrolar das temporadas, quando vai se abrindo cada vez mais, fazendo o papel de verdadeiro paizão de todos.
Chelsea Peretti arrebenta com sua impagável Gina Linetti, que não à toa é a predileta da maioria, justamente por se parecer tanto com alguém que já conhecemos. Eu tenho uma amiga Gina, você certamente também.
Hitchcock e Scully, os mascotes nojentos e inacreditáveis, são o motivo de maior riso e aflição da série, pois fora alguns casos especiais, estão ali somente pelo absurdismo certeiro mesmo, e nisso Dirk Blocker e Joel McKinnon Miller entram como uma luva!
Ao longo da série, outros personagens e atores conhecidos fazem pontas ou participações em vários episódios, o que ajuda a enriquecer o enredo, incluindo situações de risco inesperado — e mesmo que depois esses contextos ganhem soluções fáceis, o fato de passar pelo problema, muitas vezes de temas mais “pesados”, evidenciam a qualidade da obra, que não é só o humor pelo humor, mas também tem uma narrativa cheia de outros elementos interessantes.
Dessa maneira, não fica difícil elencar Brooklyn Nine-Nine como uma das melhores séries de humor dos últimos tempos, e justifica o pânico de seus milhares de fãs quando ela quase foi cancelada. Mas pelo menos, teremos mais 13 episódios pela frente, para acompanhar essa família da quinta-série que aprendemos a amar.
Brooklyn Nine-Nine
Vida longa a nonagésima nona delegacia do Brooklyn!
Eu tô adorando assistir essa série!!
Vou começar tbm!
Adoro essas séries com ambientes de trabalho totalmente improváveis!