Cavaleiro da Lua

Apesar do primeiro episódio medíocre, a série Cavaleiro da Lua encontra seu tom logo em seguida, com a Marvel abraçando a fantasia com vigor e pirando nas ideias com muita ousadia. À certa altura, fiquei esperando que o personagem Rick O´Connell do Brendan Fraser fosse aparecer no meio das catacumbas. As inspirações em Indiana Jones e A Múmia, além de certa energia com os filmes dos anos 2000 (com aquele CGi fraquinho no uniforme, por outro lado, as criaturas estão impecáveis), são fortes por aqui e imprimem bastante personalidade na produção, conduzida por Jeremy Slater.

Investindo na mitologia egípcia e no próprio Egito para situar a ação, o MCU dá uma cara diferente para essa história, que também flerta com a “psicologia” (muito entre aspas, porém nem tanto), que por vezes parece um aceno para Legion, só que não (e ainda bem). Com monstros gigantes, deuses encarnados e muita fantasia super-heróica, Cavaleiro da Lua é a produção mais tresloucada realizada até agora nesse universo e é a primeira também a funcionar de maneira completamente independente.

Cavaleiro da Lua

A maior parte dos aplausos precisa ser direcionada para Oscar Isaac, que consegue entregar duas atuações distintas, das expressões à linguagem corporal, que também saem da caricatura para o nível dramático conforme o enredo avança. Pode-se reclamar da atuação boboca do Steven Grant no começo (que particularmente me incomodou bastante), mas logo o astro encontra o tom e rouba o show, que também é compartilhado por duas outras figuras bastante carismáticas: Ethan Hawke (divertidíssimo e super entregue) e May Calamawy (graciosa, mesmo com o texto batido de sua personagem).

A cena pós-crédito não parece exatamente um carimbo de continuação, mas um brinde para quem chegou até o fim da jornada e queria ver se realmente aquela terceira figura existia ou não. Mas que seria interessante ver o Cavaleiro da Lua atuando junto de outros heróis místicos da Marvel, isso seria.