A descoberta da sexualidade em À Deriva

Focado numa típica adolescente de 14 anos e o conflito de seus pais, o enredo parece não querer andar nem para frente nem para trás. Como um crustáceo, caminha pelos lados, pelas beiradas (inclusive da câmara) e não chega a se perder, mas realmente não leva a lugar algum.

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Por pura coincidência, estes últimos 3 meses fui pego assistindo inúmeros filmes nacionais de romance de formação (a maioria sulista), onde pouquíssimos se salvaram em qualidade.

O desfecho do conflito dos pais é óbvio – não previsível – porque a proposta é imposta desde o início. Mas a revelação do casal não surpreende em nada, porque não há sustento durante toda a trama sobre esse detalhe.

Há também muitos personagens dispersos no plot, que não colaboram (mas também não atrapalham) para o andamento da história.

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À Deriva, afinal, é uma trama leve sobre a descoberta da sexualidade de Filipa (Laura Neiva). Antes que alguém faça piadinhas, é esclarecido e bem resolvido o objetivo da câmera durante todo o filme: sua protagonista. E não me refiro a personalidade, mas sim as coxas, bunda e pernas (o foco nestas partes é milimetricamente pensado mesmo). Não também num sentido pornográfico, longe disso, mas de demonstração sem hipocrisia do afloramento de meninas desta idade — aliás, de todas do filme.

Porém, sendo uma obra de Heitor Dhalia eu esperava muito, muito mais.

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