Desejo Proibido

Olga (Magdalena Boczarska) é uma juíza bem sucedida que, depois da morte do marido, não tem uma relação tão boa com a filha, Maja (Katarzyna Sawczuk), e Maks (Simone Susinna) quer livrar seu melhor amigo, Kamil (Sebastian Fabijanski) de um processo que está nas mãos de Olga. Maks então, seduz Olga, que nem desconfia da relação.

Mas a situação fica ainda mais complicada quando os dois começam a se apaixonar e quando Maks descobre que costumava sair com a filha de Olga.

O romance

Desejo Proibido é mais um daqueles filmes que usa de uma história um tanto quanto romântica e sem muita criatividade, para mostrar várias cenas de sexo, como acontece, por exemplo nas franquias Cinquenta Tons de Cinza e 365 Dias. O diferencial aqui é que o relacionamento não é tão problemático, já que o filme mostra pessoas adultas que fazem sexo de maneira consensual, ainda que existam algumas mentiras nesse relacionamento.

A trama de Desejo Proibido não é exatamente muito bem pensada. Aqui acompanhamos dois personagens: Olga, uma viúva muito bem sucedida que é juíza e que tem uma filha já adulta, com quem ela tem alguns problemas, e Maks, um homem sedutor que não tem a personalidade muito desenvolvida para além disso. Olga tem nas mãos o processo de Kamil, o melhor amigo de Maks, os dois descobrem isso e resolvem que vão seduzir Olga para que a condenação de Kamil não aconteça, ou pelo menos, seja menor.

A partir daí é fácil supor o que vai acontecer, Olga se sente magicamente atraída por Maks depois de trocar apenas algumas palavras com ele no bar, e os dois começam um relacionamento sexual, que é apenas isso, mas que logo, vira romance. O roteiro até tenta apimentar um pouco mais a coisa, já que em determinado momento do longa fica claro que Maks costumava sair com Maja, a filha distante de Olga, mas não é muito mais do que isso.

Outros temas

Claro que Desejo Proibido não é exatamente um filme muito bem trabalhado e que toda a sua trama é uma grande desculpa para tentar reproduzir o sucesso de 365 Dias, também dirigido por Tomasz Mandes, mas ele investe em alguns outros temas para além da relação romântica e sexual de Olga e Maks.

Maks, além de sedutor, é um amigo muito fiel que está disposto até a seduzir Olga para livrar seu amigo da cadeia. Ainda que a ideia seja um pouco absurda, a amizade de Kamil e Maks é um dos poucos pontos estáveis na vida do protagonista e no filme todo.

Já Olga é uma personagem um pouco mais interessante, e o filme tenta trabalhar alguns outros aspectos da personalidade dela, como por exemplo, a relação com a filha Maja, que é complicada mesmo antes delas descobrirem que Maks se relacionou com as duas, e o fato dela se sentir velha para Maks, que é 15 anos mais novo que ela. Mas nenhum desses temas é muito aprofundado.

Aspectos técnicos de Desejo Proibido

Este é um filme focado na sexualidade de seus personagens e no relacionamento sexual e, mais tarde, amoroso, de Olga e Maks, e isso por si só não é um problema. Na realidade, Desejo Proibido é até melhor do que filmes como Cinquenta Tons de Cinza, onde a relação de sadomasoquismo beira o abusivo, e 365 Dias, onde a protagonista é literalmente sequestrada e estuprada pelo mocinho. Aqui, pelo menos, o relacionamento sexual é consensual e se dá entre duas pessoas adultas, com o mesmo poder na relação, ainda que ele se inicie através de uma mentira.

Mas não existe muito trabalho no roteiro do filme, a ideia é basicamente essa: duas pessoas se conhecem e se envolvem. Existem alguns temas que circundam a narrativa, mas que nunca são explorados e que estão lá basicamente para servir de enxerto para o romance. Por outro lado, Desejo Proibido não é um filme que tem muitas cenas de sexo, mas as poucas que tem são praticamente explícitas.

No entanto, o filme tem uma fotografia bonita, repleta de cores claras que se destacam nas cenas de amor. As atuações não são maravilhosas, mas também não são terríveis, elas funcionam para o que está sendo proposto aqui.

Desejo Proibido está claramente mais preocupado em retratar o romance picante de seus protagonistas do que em entregar uma história um pouco mais interessante ou mais profunda. Ele visa agradar um público específico e, no meio disso, perde a chance de falar sobre sexualidade e sobre temas contundentes de maneira casada, se tornando assim, um longa-metragem fútil sem nada mais a acrescentar além de um romance, que nem é tão avassalador assim. O filme chega aos cinemas no dia 6 de abril.