Falcão e o Soldado Invernal – Disney +
A série Falcão e o Soldado Invernal dá bom seguimento ao melhor filme da Marvel, Capitão América 2: O Soldado Invernal, com um enredo sólido, bem escrito, redondinho e sem grandes reviravoltas mirabolantes. A produção cumpre todas as expectativas de maneira honesta e engajada, fiel às suas premissas.
Ou seja, sendo um grande representante do lado mais pé no chão do MCU e uma verdadeira obra de espionagem, agentes secretos e thriller político, sem perder a boa dose de super heroísmo. Aliás, nunca se viu tantos atos, gestos e falas heroicas numa história desse universo compartilhado antes, como é mostrado aqui.
Os personagens são altruístas, mas não são isentos de falhas; temos discursos inflamados ora de ira (com boas justificativas), ora de bom senso; e os heróis estão realmente mais preocupados em salvar o povo, do que socar uns aos outros.
Falcão e o Soldado Invernal
Sebastian Stan e Anthony Mackie esbanjam química em tela e funcionam muito bem tanto como parceiros improváveis que não se bicam num primeiro momento, quanto como aliados em campo de batalha. Por sinal, todo o elenco está afiadíssimo, da jovem irredutível Erin Kellyman ao complexo Wyatt Russell, da eficiente Emily VanCamp ao sempre carismático Daniel Brühl, com uma poderosa participação de Carl Lumbly, deixando várias brechas preparadas para outras figuras do MCU aparecerem futuramente.
Outro dos atributos da série se dá justamente no grande desenvolvimento de seus personagens. A dupla protagonista ganha todo um novo background no primeiro episódio, com Buck em busca de redenção pelo passado, enquanto Sam segue numa jornada de compreender seu lugar no mundo, à sombra de Steve Rogers, o escudo e tudo o mais.
Ao humanizarem seus protagonistas e tornarem algumas pautas relevantes sem panfletagem barata, o showrunner Malcolm Spellman e a diretora Kari Skogland, solidificam as estruturas da trama, sempre encontrando um bom equilíbrio entre o humor, a ação, o drama e o suspense, criando assim uma produção de alto nível, não só graficamente (com efeitos especiais dignos do cinemão), como também um entretenimento certeiro, à maneira de um “Máquina Mortífera” encontrando “Missão Impossível”, mas com a vantagem de ser distribuído em ótimos seis episódios, portanto, prolongando a diversão.