The Gifted, poderes mutantes em um mundo sem os X-men
Gostei de The Gifted, como já imaginei que fosse gostar mesmo. Foi uma boa sacada colocar Bryan Singer pra dirigir o primeiro episódio, já que ele é o cara que mais entende de mutantes nas telonas (praticamente todos seus filmes do X-Men são ótimos), o que colabora pra dar o tom desse novo universo, onde os alunos do Prof. Xavier sumiram e o mundo segue sem eles, mais intolerante do que nunca, elevando o preconceito social a nível federal e transformando uma condição em crime, o que coloca essas figuras especiais como foras da lei.
É assim, compreendendo o cenário e seus personagens, que Singer dá os primeiros passos de The Gifted, apresentando uma versão mais receosa de Blink e de outros mutantes, como o eficiente Pássaro Trovejante, a enérgica e apaixonante Lorna/Polaris (e sim, o produtor já prometeu uma menção ao seu pai, Magneto) e Eclipse, criado especialmente pra série, com poderes de absorver e manipular fótons (e Sean Teale ser praticamente um clone mais alto de Oscar Isaac, que fez o Apocalipse no último filme?).
Além de debater pontualmente temas como preconceito, metáforas de homofobia (e “mutuna” é um termo tão pejorativo pra mutantes quanto “bicha” é para gays) e bullying, o programa acima de tudo tem como tema central a família, justamente ao colocar os Strucker no miolo da trama.
O pai é um promotor que trabalha contra os homo-superior, enquanto a mãe centraliza todo o controle e bom senso no lar, ainda mais após descobrir que seus dois filhos são mutantes. Enquanto que a estonteante Natalie Alyn Lind é capaz de controlar ar e água pra gerar campos de força e faz o papel da irmã mais velha preocupada, Percy Hynes White faz o menino que apanha na escola e descobre poderes psíquicos semelhantes aos de Jean Gray e que precisa ser controlado antes de uma merda maior. O Serviço Sentinela surge como o vilão da vez e imprime opressão o suficiente pra render uma promissora primeira temporada, que com certeza vou acompanhar semanalmente.