Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
Crítica curta: VAI! Sai dessa internet, foge dos spoilers e vai no cinema. Compra logo uns 3, 4 ingressos porque você vai querer ver de novo e de novo. Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é, talvez, o melhor filme do herói.
Crítica longa: Maior e maior
A Marvel é vítima da própria grandiosidade. Os dez anos de filmes que levaram até “Vingadores Ultimato” foram, de forma até acidental, crescendo em tamanho e escopo. Cada filme precisava de um perigo e uma solução maior que o anterior até chegar naquela batalha gigantesca que uniu todos os heróis e deixou a gente gritando feito Copa do Mundo na sala de cinema.
Esse é um problemão principalmente para um herói que é o amigão da vizinhança. Como alguém que lutou contra os maiores vilões do universo e foi até o espaço, vai voltar para prender ladrões de bicicleta no bairro do Queens?
A resposta para essa pergunta é impossível de ser dada sem qualquer spoiler, mas dá para dizer que eles conseguiram.
Sem spoilers de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
É muito difícil falar qualquer coisa deste filme e não soltar nenhum spoiler. Eu nem gosto de citar a sinopse ou falar da trama das obras em minhas críticas porque acho que a história do filme deve ser contada pelo filme. Mas no caso de “Sem Volta Para Casa”, o desafio é ainda maior pelo gigantesco hype e por toda a aura de segredo que tentou ser mantida ao redor da obra. A verdade é que só dizer que eu amei o filme já é um spoiler para bons entendedores.
É um filme gigantesco, com muitos vilões e muitos personagens. Ele mistura tantos elementos que não deveriam funcionar de jeito nenhum, mas estranhamente funcionam. É um blockbuster dos bons, daqueles que merece ser visto e revisto no cinema. Uma obra que vai dar assunto por anos para o público nerd e que vai gerar uma crítica negativa, idiota e completamente revoltada do Ivan Finotti.
A Marvel finalmente começa a desenhar seus caminhos em sua nova fase. Seguindo uma direção que ela já flertou um pouco em algumas de suas séries, mas que é lindo de ver na tela grande.
“Sem Volta Para Casa” está longe de ser perfeito. É recheado de falhas e problemas, mas são todos envoltos em camadas e mais camadas de uma declaração de amor ao herói e um presente aos mais ávidos fãs. É fácil escolher ignorar as partes mais fracas em troca de um bem maior. O resultado não é só um filme grandioso e excitante, mas é uma imensa homenagem aos filmes do Homem Aranha até aqui.
Drama e comédia
Sendo um filme do Homem-Aranha, o humor está obviamente presente, mas o que mais vai marcar o público é, certamente, a carga dramática do filme. É um filme denso, pesado, que toca fundo nos fãs mais fervorosos e até consegue arrancar algumas lágrimas, seja de tristeza, seja de emoção – aquelas que caem com um sorriso bobo nostálgico na cara.
A conclusão que fica é que a Marvel conseguiu de novo. Não só entregou um presente para o público como resolveu o problema que ela mesmo criou e sedimentou o caminho dela nessa nova fase, seja em um escopo geral, apontando a direção dos próximos heróis; seja no próprio universo do Homem-Aranha, criando o ambiente mais intimista que a gente quer ver no personagem. Algo que era tão fácil de ser mostrado nas outras versões do herói mas, por conta da própria Marvel e da grandeza de suas produções, nunca foi possível neste universo da MCU.
Porque o Homem-Aranha é o amigão da vizinhança e parecia impossível trazê-lo de volta a Nova York depois de mandá-lo para o espaço lutar contra Thanos.
Mas a Marvel sempre consegue. E nos faz querer mais desse Peter Parker de Tom Holland.