(In) Seguros
Questões atuais, roteiro absurdo
Depois de um evento traumático, Henry Sharpe (Grant Bowler) só pensa na segurança de sua família. Quando um estranho (Paul Sorvino) aparece lhe oferecendo um novo sistema de segurança, Henry contrata o serviço sem pestanejar. Mas logo a família começa a passar por períodos conturbados, sem imaginar que o sistema de segurança possa ter relação com isso.
A família
Quando (In) Seguros começa, o telespectador logo nota que está diante de uma família bem típica, que parece perfeita. O patriarca Henry é um homem de negócios bem-sucedido, a esposa, Christine (Sonya Walger) é bonita e gentil e os filhos adolescentes, Angela (Abbi Ford) e Mike (Nicholas Danner) se dão super bem. Mas a família também enfrenta problema atuais e um deles é a violência.
Depois que eles sofrem um evento terrível, Henry fica obcecado com segurança e aceita colocar um sistema novo na casa que promete resolver todos os problemas deles. A questão é como esse sistema surge na vida de Henry: um homem estranho aparece na casa da família o oferecendo.
A partir daí, a família Sharpe, antes aparentemente perfeita, começa a decair: Henry começa a ficar contra a esposa e os filhos, Christine passa a se sentir atraída por outros homens, Angela começa a furtar em lojas e Mike se torna cada vez mais violento. (In) Seguros é um filme sobre personagens buscando uma coisa, mas encontrando algo completamente diferente.
Escolhas questionáveis
Curiosamente este é um filme cheio de escolhas questionáveis, tanto dentro do filme, quanto fora dele. A primeira delas é o fato de Henry aceitar sem qualquer questionamento o sistema de segurança que um homem estranho aparece lhe oferecendo na sua porta. O homem em questão chama ainda mais atenção, porque ele anda por aí usando roupas dos anos 1940, como um mafioso de filme antigo, e (In) Seguros se passa nos dias de hoje.
A segunda escolha questionável é o roteiro ter achado que seria razoável colocar esse tipo de artifício simples e até sem sentido na trama. Embora seja extremamente necessário para o filme que Henry aceite o sistema de segurança que vem, literalmente, bater na sua porta, é muito difícil acreditar que qualquer pessoa toparia esse acordo sem ao menos fazer uma pesquisa, que dirá um homem que está obcecado com a segurança de sua família.
Só por isso, já é meio complicado embarcar na história de (In) Seguros, ao longo do filme então, essa sensação aumenta, porque ele toma constantemente caminhos absurdos e que não fazem o menor sentido.
Aspectos técnicos de (In) Seguros
(In) Seguros até é um filme com recursos, ele retrata uma família de classe média alta, e mostra locais que eles frequentam, mas não tem muitos cenários, o que funciona. As cenas da família dentro de casa não chamam tanta atenção, mas as cenas de Angela e Mike na escola são bem mal-feitas e é impossível levar esses momentos a sério.
Outro problema são as atuações, nenhum ator do elenco é especialmente bom. Embora alguns, como Grant Bowler se saiam razoavelmente bem, Abbi Ford e Nicholas Danner, que interpretam os filhos de Henry, tem atuações bem ruins, o que prejudica o filme ainda mais.
O roteiro é bem capenga, apresenta uma série de eventos que não fazem sentido e que são muito difíceis de acreditar. Isso começa logo na premissa do filme, afinal, é quase impossível acreditar que um obcecado por segurança contrataria qualquer serviço de segurança, sem nenhuma pesquisa. (In) Seguros então, segue nos entregando vários outros momentos absurdos, que deixam a história, que se passa no mundo real e quer tratar de assuntos atuais, quase surreal.
(In) Seguros é um longa que não se sai bem, justamente porque enquanto tenta trabalhar na esfera realista, apresenta um roteiro que beira o fantástico e não sabe onde se encaixa.