Kate – 24 horas para a sua vingança
Não é novidade para ninguém que Mary Elizabeth Winstead é uma das melhores e mais versáteis atrizes de sua geração e ela prova isso novamente em Kate, esse longa dirigido com gás por Cedric Nicolas-Troyan, com uma história que depende completamente dela, tanto na fisicalidade da ação (que opta sagazmente pela pegada mais realista), quanto do drama (com seu jogo variado de expressões e trejeitos, muito mais do que o roteiro simples e eficiente de Umair Aleem exige — e que poderia, de fato, ter explorado mais da relação mestre e pupila, além dos flashbacks).
Com uma premissa reconhecível por consumidores do cinema do gênero, acompanhamos uma agente-assassina acima da média que quer se aposentar após a última missão, mas obviamente não consegue e ainda acaba entrando em uma situação irreversível. Entre os acertos do roteiro, mesmo que promova uma revelação completamente previsível no clímax, é de ao menos não enganar seu público com o desfecho inevitável, mas também honesto e coeso com tudo o que foi proposto até ali.
Miku Martineau é uma revelação agradável, misturando fofura e perversidade numa figura só, quase como uma Chloe Moretz das antigas e asiática. Tadanobu Asano e Woody Harrelson estão bem, mas reprisam papeis clichês. Com sequências de tiroteio e porradaria excelentes e viscerais, Kate foge um pouco da sombra de John Wick sem a pretensão de criar uma franquia (obrigado, deuses), sendo uma ótima opção para o catálogo da Netflix.