Lar Doce Lar… Ou Não – Comédia Romântica

Construindo um novo começo, "prego por prego"

Lar Doce Lar… Ou Não é um filme que cultiva valores cristãos (sob a visão típica americana), só que não oferece o que se espera dele: uma visão romanceada dos relacionamentos e do encontro das pessoas com Deus e seus desígnios acerca do amor e da construção do caráter.

Os elementos principais estão todos lá: uma vida com propósito se sobrepõe ao desregramento da vida de solteiro(a); um relacionamento estável empodera quem o tem; nada tem sentido sem o amor e a família, e por aí vai. É uma produção honesta: não inventa nas tomadas, nas locações, na captação de som e na trilha musical. Destaque em especial para a fotografia, extraindo o melhor do rosto fotogênico de Natasha Bure (A Magia de um Sonho), com um bom trabalho de maquiagem da protagonista.

Lar Doce Lar... Ou Não

Lar Doce Lar… Ou Não

Há mais de positivo a se destacar. Sobretudo, vemos a presença sinceramente luminosa de Bure, que segura com tranquilidade e profissionalismo a atuação todo o tempo. O diretor conseguiu ter tranquilidade em entregar todos os closes devidos a ela. A atriz não decepciona em nenhum instante. A sua colega de elenco Sarah Kim também está especialmente bem na construção aparentemente pouco preocupada, mas principalmente leve de sua Megan, demonstrando uma atriz com bom potencial.

Por outro lado, há de se pontuar o enredo com algumas características que incomodam, comuns em projetos como este. Em primeiro lugar, a condução da reação do(a) espectador(a) é preocupação constante no texto. Quando o público se deparará com um dilema para escolher entre pretendentes, mostram-se facetas negativas até então impossíveis de serem percebidas de alguns deles, facilitando a nossa decisão.

Além disso, relações passadas acabam por justificar a decisão de outras personagens. Esses elementos “facilitadores” para o público poderiam ser excluídos, tornando tudo mais interessante. E, também, há que se pensar constantemente no papel ideológico deste tipo de trama: em dado momento, defende-se que, para ter um relacionamento com um devoto, não basta aceitar sua fé; é preciso abraçá-la. O que se quer transmitir: proteger os laicos do sofrimento de ter que competir com o amor a Deus ou doutrinar: “Ame a Deus ou me deixe”?

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E o que mais?

A atuação de Ben Elliott, como Jason, também não é convincente. Seu olhar e seus gestos inseguros e furtivos, aparentando estar sempre na defensiva mas sem uma aparente necessidade excessiva de assim ser, compromete seu trabalho. A atuação da direção poderia orientar o ator a adotar para seu personagem uma postura mais aberta. Um Jason como esse não torna crível o prolongamento do interesse por parte de uma garota decidida como Victoria.

No todo, a equipe de produção se esmerou em minimizar falhas e, as que se notam, se devem principalmente ao roteiro e pela abertura que ele dá para a ideologização perene ao longo do filme; isso não deve, contudo, afastar o público para o qual se destina. Assim, sobra uma obra levemente acima da média para o segmento.

Lar Doce Lar... Ou Não

Nome Original: Home Sweet Home
Direção: Juan Mas
Elenco: Natasha Bure, Krista Kalmus, Ben Elliott
Gênero: Comédia, Drama, Romance
Produtora: 5x5 Productions
Distribuidora: A2 Filmes
Ano de Lançamento: 2020
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