Lobisomem na Noite

Descompromissado e divertido é a definição perfeita para Lobisomem na Noite, esse média-metragem do MCU, que tal qual O Cavaleiro da Lua, opera de maneira completamente descolada e independente do universo compartilhado, apresentando alguns personagens do segundo escalão da Marvel da maneira mais efetiva possível: já que se trata de figurões do terror, por que não usar da linguagem e referências dos clássicos trintistas da Universal?

Essa foi a proposta do compositor Michael Giacchino, que agora faz sua decente estreia na direção, colocando o carismático Gael García Bernal como protagonista (na verdade, desde Robert Downey Jr. que eu não via alguém tão cínico e magneticamente ótimo nessas produções), ao lado da sempre ótima Laura Donnelly (que inevitavelmente nos remete muito a Jessica Jones da Krysten Ritter, tanto pela aparência, quanto pela personalidade e comportamento), contando ainda com uma curiosa participação do Homem-Coisa, o que pode sim criar promessas para o futuro sobrenatural do MCU (iniciado justamente pelo Cavaleiro da Lua, mas que ainda pode contar com Blade, Cavaleiro Negro e outros vindouros), mas que não se preocupa com pactos nesse momento.

Fazendo bom uso do preto e branco (que em seu desfecho ganha as cores ao som de “Over The Rainbow” de O Mágico de Oz, como se o cineasta nos dissesse que agora o sobrenatural foi descortinado nesse universo e saiu de sua particularidade obscura), em uma fotografia e cenografia incríveis (e propositalmente fakes, tais quais eram as produções dos anos 30), CGi dos bons, com ótima aplicação do chiaroscuro, da trilha sonora e do roteiro, Lobisomem na Noite é o tipo de filme para se ver num domingo chuvoso, enquanto se arrepia e se alarga um sorriso de ponta a ponta pelos tributos prestados.

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