Marvel Legacy, um recomeço pré-histórico
Li o tal do Marvel Legacy que saiu no final do ano passado. A HQ serve meio como um prelúdio para as mudanças que a Marvel já começou a mover neste ano com Fresh Start, a fim de retomar seus clássicos sem desmerecer os passos dados com representatividade nos últimos tempos. O grande destaque mesmo fica por conta dos apelidados “Vingadores da pré-história” (1 milhão de anos A.C.) com uma versão primária de Odin (o único que se destoa do figurino do restante); da entidade Fênix incorporada em uma ruivona; no primeiro grande mago Agamotto; num neandertal monstruoso como o Hulk, chamado Estigma; no sensacional “Mamuteiro” Fantasma :P; e nos primeiros Pantera Negra e a Punho de Ferro, todos no traço formidável de Esad Ribic. Os heróis das cavernas precisam lidar com a queda de um Celestial na Terra.
Depois disso, a história cria um grande mosaico, com vários recortes de mini-tramas com outros personagens em uma paleta diversa de artistas, que como em qualquer antologia, varia de qualidade. No geral, temos o atual Motorista Fantasma lutando contra o Estigma do presente na África, onde se encontra o Celestial enterrado — e o interesse de Loki pela entidade, o que abre ganchos curiosos para o futuro. O vilão de Asgard envia alguns gigantes de gelo até uma sede da Shield em busca de um objeto valioso e as criaturas são confrontadas pelos Novos Vingadores, formados por Thor, pelo Capitão América do Sam Wilson e pela Coração de Ferro, enquanto flashes rápidos mostram onde estão suas contrapartes originais (Thor Odinson, Steve Rogers e Tony Stark após os últimos eventos). Ainda temos uma ponta desnecessária com o Deadpool, e outras mostrando a união curiosa de Doutor Estranho com o Punho de Ferro, a nação interestelar de Wakanda, uma instigante conversa entre o Coisa e o Tocha Humana, e outra mais misteriosa envolvendo o Hulk. O fim reapresenta o Wolverine renascido dos mortos (a explicação disso está chegando só agora nas comics americanas) e um epílogo pra lá de legal com o Franklin e a Valéria Richards, apontando o retorno do Quarteto Fantástico (que chega em Agosto).
O saldo final é mediano e serve mais como prévia de artistas e roteiristas, e também como uma retomada tanto pros velhos leitores quanto para os novos, que podem chegar agora sem medo de se perderem com a cronologia. Bem, mais ou menos. Tô mais interessado nas repercussões do que foi apresentado aqui, do que com essa HQ de fato. Mas é um começo, veremos.