Mate ou Morra – Boss Level – O Último Nível

A parte mais interessante do enredo de Mate ou Morra é que ele não tem enredo. O diretor do filme tenta preencher a lacuna descomunal deixada por um argumento fraco, com uma incessante metralhadora de referências a um gênero muito querido para o público ao qual ele fala: os videogames. Porém, os problemas são muitos: não existe uma premissa clara, a jornada do protagonista é mal desenhada e estes dois deslizes fazem com que a narrativa fique muito confusa.

Roy Pulver (Frank Grillo), um policial aposentado, entra em um looping eterno: toda vez que ele morre, ele volta ao mesmo dia em que ele morreu e começa tudo de novo (uma premissa popular vista em muitos filmes como Feitiço do Tempo e séries como Boneca Russa.

Ao passar dos dias, à medida que Roy morre e ressuscita, ele vai percebendo que tudo isso faz parte de um plano maior. Roy deve resgatar Jemma Well (Naomi Watts), a ex-namorada e mãe de seu filho, de cujas vidas ele não participa (e mais uma vez a arte imita a vida).

Mate ou Morra

Apesar das dificuldades que a narrativa apresenta, conseguimos desvendar que Jemma é uma importante cientista que trabalha em uma espécie de máquina do fim do mundo. Para contrariar desejos de seu chefe, o idealizador da máquina Col. Clive Ventor (Mel Gibson), ela funde o DNA de Roy à máquina, o que resulta em sua estranha habilidade de enganar a morte.

Cenas de ação não faltam, nem violência explícita. Toda vez que Roy obtém uma nova chance de viver, ele repete a mesma rotina gráfica e bárbara com a finalidade de salvar o mundo e sempre acaba morrendo por causa dela. Tudo muda quando Roy passa a usar seu recém-adquirido poder para, ao invés de cometer atos de violência, passar tempo e conhecer seu próprio filho, percebendo que quer fazer parte de sua vida (parabéns, capitão óbvio), e só então salvar o mundo desse laço de repetição.