Meu Amor Por Grace, o clássico amor proibido
Meu Amor Por Grace traz a história de Jo (Ryan Potter), filho de uma imigrante japonesa com um americano, que depois da morte de sua mãe é adotado por Doc (Matt Dillon), um médico novo na região. Ele cresce mostrando uma habilidade natural para a medicina e logo começa a ajudar Doc em seu trabalho.
Um dia, quando Doc não está em casa, ele é chamado para examinar Grace (Olivia Ritchie), filha de um rico dono de plantação. Ali ele se apaixona e é retribuído.
No entanto, o romance não é bem visto pela família de Grace, que deseja que ela se case com o Doutor Reys (Jim Caviezel), um médico de posses que chega à cidade.
Meu Amor Por Grace e a medicina
A prática da medicina é um assunto importante no filme e ela aparece de duas maneiras bem distintas. Primeiramente conhecemos Doc, que chega à pequena cidade onde o filme se passa para tratar dos trabalhadores e de quem não tem condição de pagar um tratamento ou ir a uma cidade maior. Doc logo conhece Jo, um menino órfão que, justamente por isso, é mal visto na cidade.
A trama se passa na década de 1920, por isso, as técnicas de Doc soam absurdas para os moradores da pequena cidade no Havaí. O primeiro caso que ele atende, por exemplo, é de uma mulher que foi picada por algum inseto e que para ser curada precisa tomar uma vacina. Seu marido, por outro lado, recusa o tratamento, pois acha que isso irá prejudicar a mulher.
Os conhecimentos de Doc são mostrados como sinônimo de modernidade e até de civilidade, uma vez que ele é americano. Assim como o filme, essa ideia pode soar até um pouco preconceituosa. Mais tarde, quando o Doutor Reys aparece na cidade, a medicina é usada de outra maneira, mas ainda para mostrar conhecimento. Reys é completamente diferente de Doc, ele não trata pessoas pobres e cobra por todas as suas consultas. Ele então é retratado como um personagem egocêntrico, que não se importa com os outros. Apesar de tudo isso, ele é bem visto pela família de Grace, só porque não trabalha com os japoneses, mas ao longo do filme fica claro que Reys, embora seja glamouroso, é uma fraude, em mais de um aspecto.
Preconceito
No entanto, o grande tema de Meu Amor Por Grace é o preconceito. Jo é rechaçado desde criança porque é filho de uma japonesa com um americano e, portanto, é considerado mestiço. Na cidade, as pessoas acreditam que ele traz má sorte. Jo não é bem visto nem pelos japoneses, nem pelos americanos.
A situação dele muda depois que ele é adotado por Doc e passa a ajudá-lo em seus atendimentos, mas ainda existe um grande abismo entre ele e Grace, filha de um homem rico, que não quer nem que Jo entre dentro da sua casa. Embora Grace não se importe com isso e pareça de fato gostar de Jo tanto quanto ele gosta dela, o romance entre os dois se torna proibido por causa de sua família.
Jo é claramente um médico competente, mas o pai de Grace prefere ouvir a opinião de Reys, um médico inferior a Jo e mais tarde, prefere que sua filha se case com Reys do que com Jo.
Aspectos técnicos de Meu Amor Por Grace
O roteiro do filme é bem básico, quer narrar uma história de amor das mais clássicas. O filme nos apresenta Jo, mestiço, de origem humilde, que se apaixona por Grace, americana, branca e vinda de uma família de posses. O foco do filme é claramente o romance, mas apesar disso, ele não é mostrado com tanta profundidade. O que vemos em tela é uma quedinha que tanto Jo, quanto Grace sentem que acaba se desenvolvendo em um namorico.
Muito disso pode se dever ao fato de que o filme passa mais tempo do que o necessário retratando a infância de Jo e dedica pouco tempo para o romance, que é o centro da trama. De uma maneira ou de outra, isso atrapalha, já que não vende a ideia de que aquele romance é um amor incontrolável e capaz de superar qualquer desafio, como é comum em filmes do gênero.
O longa até tenta trazer à tona temas mais profundos, como os preconceitos raciais e sociais, mas tudo isso é mostrado muito superficialmente, quase como se esses temas apenas flutuassem em volta do casal.
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Outro problema é justamente os atores que interpretam Jo e Grace. A química é inexistente, o que incomoda muito o espectador que quer acompanhar um romance que pareça realista. Olivia Ritchie, que interpreta Grace, ainda entrega uma atuação bem mediana, que deixa sua personagem ainda mais sem graça do que as mocinhas desse tipo de filme costumam ser.
No entanto, o filme é bem caracterizado e existe um cuidado para mostrar em que época se passa, contextualizando tudo o que acontece, assim como muitos dos problemas da trama.
O filme é clichê, mas por outro lado, talvez seja exatamente isso que a o público alvo procure. Então, é possível que o longa agrade os fãs de romance, que procuram apenas um filme para suspirar e sofrer junto.
Meu Amor Por Grace se segura por bastante tempo e embora seja bem simples e bobinho, funciona como um bom entretenimento e prende o público.
O filme é um romance clássico, que repete diversas ideias já meio batidas, mas que diverte e que com certeza, vai agradar os fãs do gênero.
Meu Amor Por Grace entra em cartaz no dia 26 de setembro.