Meu Nome é Daniel, um doc em primeira pessoa
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Primeiro longa brasileiro dirigido por uma pessoa com deficiência, Meu nome é Daniel é um documentário em primeira pessoa. Nele, Daniel Gonçalves, jovem cineasta carioca que nasceu com uma deficiência que nenhum médico foi capaz de diagnosticar, percorre o caminho de sua vida para tentar compreender sua condição.
Com muitas imagens de arquivo feitas pela família, somos apresentados ao Daniel de forma pura e simples. Desde bebê seu tio e seu pai sempre gostaram de fazer filmagens da família, sendo assim, podemos acompanhar suas festas de aniversário, teatros escolares, formaturas, etc. A narração fica por conta do próprio Daniel e de sua mãe, que também conta alguns casos.
A mãe, por exemplo, relata que o nascimento de Daniel foi normal, que ele não estava roxo nem nada, e que logo chorou. Mas aos seis meses ainda notava-se que o garoto era meio molinho, sendo necessário fazer fisioterapia para estimular sua musculatura.
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Meu Nome é Daniel
Mesmo depois de muitas consultas e exames, nenhum médico conseguiu dizer o que ele tem. Daniel, já adulto, resolve fazer o filme ao mesmo tempo em que retoma a sua busca pelo diagnóstico correto para sua condição.
Podemos ver o trâmite para a gravação do documentário, ou seja, acompanhamos Daniel fazendo de tudo, desde a ligação para a clínica da ressonância, até driblando comentários da mãe sem confiança de que ele poderia dirigir no Rio de Janeiro.
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Alguns ângulos de câmera acabam sendo um tanto estranhos, mas acredito que a ideia era que o espectador se sentisse inserido naquela família. Então, várias vezes os vemos de costas, conversando, gesticulando em frente à câmera, como se nós estivéssemos ali sentados com eles, seja no carro, na sala ou na cozinha.
Sem coitadismo
A mãe de Daniel explica que, por conta da boa condição financeira, eles puderam matricular o filho que não andava em uma escola particular. Ele foi andar com seis anos só. Mas todos sempre o trataram como uma criança normal, fazendo com que ele participasse de todas as atividades e nunca excluindo-o por conta da deficiência. Ele inclusive conta que quando ouvia comentários do tipo “coitadinho”, sempre respondia de forma mal-educada como “coitadinho é o car***o”.
Daniel passa por alguns perrengues para fazer o exame de ressonância. Primeiramente, eu pensei que fosse uma cena desnecessária, ele colocando soro pra depois tomar contraste, mas alguns segundos depois já entendi que o objetivo da cena era mostrar as dificuldades dele, pois o local da injeção era minúsculo, apertado e como sua mãe disse, ele sempre é examinado ou faz exame de sangue deitado. Não respeitaram essa condição e o rapaz desmaia. Bem complexo.
![Meu Nome é Daniel](https://vitaminanerd.com.br/wp-content/uploads/2019/10/Meu-nome-e-Daniel01.jpg)
O rapaz tem tantos registros de sua infância e adolescência, que realmente seria um desperdício não fazer um filme sobre sua vida. Além de nos mostrar que é possível ter uma vida muito boa mesmo com certas dificuldades na musculatura e na fala, podemos ver o desenvolvimento daquele bebê que se torna uma criança muito feliz e um jovem totalmente ativo.
Até certo ponto, Meu Nome é Daniel é um filme bem família, mas o final traz uma reflexão muito maior e mais atual sobre quem somos nós, que histórias queremos contar e que história contaríamos se fôssemos diferentes de quem somos. O filme entra em cartaz dia 17 de outubro.