O Enigma da Rosa, os segredos de uma família
Em O Enigma da Rosa, Sara (Patricia Olmedo), uma menina de 10 anos, desaparece sem deixar vestígios e seus pais (Pedro Casablanc e Elisabet Gelabert) rapidamente procuram a polícia para investigar o sumiço. Mesmo assim, a família continua no escuro sem saber onde Sara está.
Até que um dia, Julia, a mãe, recebe uma carta de um homem que diz que deseja ir até a casa da família para informar o que aconteceu com Sara. Assim, desesperados para saber o paradeiro da menina, eles aceitam. Quando o homem aparece, ele tem uma proposta a fazer.
O Enigma da Rosa e o Suspense
O filme se estabelece como um suspense. Conhecemos Sara e sua família e percebemos um pouco da dinâmica de sua casa. Também notamos que há uma pessoa seguindo a menina.
É logo na segunda cena que recebemos, junto com os pais de Sara, a notícia de que Sara saiu da escola, mas não chegou em casa. Só por esses aspectos, o ritmo do filme já nos é dado.
Muito do clássico do suspense está presente em O Enigma da Rosa: o sumiço de Sara, as pistas falsas, a busca da família, mas o filme vai se modificando um pouquinho conforme o tempo passa e a chegada do homem que diz estar com Sara é esse ponto de virada.
Segredos
O homem que diz estar com Sara propõe que a família pague o resgate da menina de uma maneira não tão comum. Segundo ele, alguém da família fez algo que prejudicou uma pessoa no passado, e para que Sara seja liberada, essa pessoa deve contar o segredo para todos os presentes na sala.
Naturalmente que, a partir desse momento, a família começa a contar os seus segredos na esperança de que o homem libere a menina, mas uma vez que o sequestrador sabe qual é o segredo em questão, o que a família conta, a princípio, é à toa na trama. No entanto, para o espectador, essa fórmula funciona muito bem.
Os segredos vão se tornando cada vez mais sérios e perigosos, assim como a punição que o sequestrador impõe à pessoa que contou o segredo e quanto mais cabeluda a situação vai ficando, mais tensa a plateia vai ficando e a expectativa para que o grande segredo seja revelado vai ficando cada vez maior. O filme sabe muito bem como prender sua audiência, e como usar do clima que se instaura na casa da família para isso. O longa também nos faz questionar, conforme a família vai se abrindo, quem é o verdadeiro vilão dessa história.
Aspectos técnicos de O Enigma da Rosa
O filme tem uma trama complexa, mas uma produção relativamente simples. Tem poucos atores e menos cenários ainda e se passa basicamente dentro da casa da família. No entanto, o filme se apoia muito nas boas atuações, que engloba o elenco todo. Elisabet Gelabert e Pedro Casablanc, que interpretam os pais de Sara, estão de fato, ótimos em seus papeis.
Outro ponto alto de O Enigma da Rosa é a sua trama e ela se segura durante boa parte do tempo. A dinâmica da família é estabelecida logo no começo, de maneira muito eficiente, e mais tarde, fica fácil para o espectador se sentir dentro da casa, enfrentando todos aqueles acontecimentos. O filme também é muito bom em estabelecer um clima de tensão e de suspense, capaz de deixar a plateia inquieta nos seus assentos e sempre à espera do tal grande segredo.
No entanto, como a trama pede que cada segredo seja maior que o seu anterior, os segredos vão se tornando cada vez maiores e mais pesados e perturbadores, o que por um lado é interessante, por outro, acaba tornando as reviravoltas um tanto quanto absurdas e o filme um pouco rocambolesco. Quando chegamos no final, boa parte do que foi apresentado já parece um pouco fora da realidade.
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O Enigma da Rosa se segura muito bem e prende o espectador até uma boa parte do filme, o que é um aspecto positivo em um filme de suspense, mas se perde um pouco na tentativa de chocar e impressionar a plateia.
Com um clima tenso, e uma trama repleta de reviravoltas, O Enigma da Rosa é um filme que entrega o que promete, mas que exagera um pouco no seu desenvolvimento. O filme entra em cartaz no dia 17 de outubro.