O Clube da Meia-Noite – 1ª temporada
Adaptando os livros de Christopher Pike, o enredo narra a rotina de adolescentes em estado terminal, que vivem em um instituto antigo e que se reúnem todas as noites para contar histórias macabras. Assim, a Netflix mantém sua base consolidada de produções para jovens, com uma pegada creepy meio na vibe de Goosebumps de O Clube da Meia-Noite, mas com adesão de doenças como câncer e AIDS no pano de fundo, o que ajuda a criar fortes subtramas emocionais e também vínculos engajantes entre seus personagens.
Mas Mike Flanagan surge completamente irreconhecível por aqui. O diretor das primorosas obras de terror A Maldição da Residência Hill e Missa da Meia-Noite, não entrega nada do que já fez antes, tanto em matéria de série quanto de filme, com tomadas simples e criaturas nada aterrorizantes.
O drama é muito mais presente do que o terror e, mesmo assim, a leveza e sensibilidade com que temas e tramas são tratados, amenizam tudo, tanto drama quanto sustos, ficando sempre no meio do caminho. Portanto, é no elenco que essa série ganha força. Praticamente todos os nomes tem interpretações fortíssimas, que merecem atenção. Entre os jovens, vale destacar as atuações de Iman Benson, Ruth Codd (um talento a se observar), Igby Rigney, Aya Furukawa, William Chris Sumpter, entre outros.
O Clube da Meia-Noite – 1ª temporada
A parte da produção que se foca nos contos macabros (que inclusive variam do terror para a fantasia, da ficção científica para o noir, etc), são o segmento mais interessante de O Clube da Meia-Noite. Já os momentos focados em mistérios do instituto, envolvendo seitas e visões (que tem mais a ver com metáforas da morte iminente deles do que algo sobrenatural), parecem jogados, perdidos e sem rumo, além de tirar o foco da premissa principal, que é justamente a reunião dos jovens para usar as histórias como meio do escapismo daquela condição.
As maquiagens e efeitos especiais também são bem precários, como se essa fosse uma produção de baixo orçamento e não de um cineasta que já provou sua maestria tantas vezes antes. É estranho, mas é o que temos. De qualquer maneira, não vejo essa história tendo fôlego para uma continuação e não me interessaria em assistir uma segunda temporada.
O Clube da Meia-Noite emociona aqui e ali, mas não assusta. O único medo que a série evoca, é o de ter um destino semelhante ao de seus protagonistas em algum momento da vida.
https://www.youtube.com/watch?v=HVQI08riK4Q&ab_channel=NetflixBrasil