O Exorcista – O Devoto (2023)

Revisitação do clássico sustenta bom suspense, mas desapega do legado em prol de um enredo genérico

O thriller proposto na primeira metade do longa, com o desparecimento das meninas e a aflição dos pais, até que é boa para os padrões de obras policiais. O elenco, com ressalvas, consegue manter certa qualidade, principalmente na figura de Leslie Odom Jr., que carrega o filme nas costas por boa parte da rodagem. As adolescentes Lidya Jewett e Olivia O’Neill também se esforçam, mas quando estão possuídas, parecem um rascunho cafona do que Reagan foi um dia.

Sendo uma espécie de continuação e ao mesmo tempo revisitação do clássico de William Friedkin, O Devoto segue seu próprio rumo, renunciando a qualquer signo que possa remeter ao original — e o que poderia ser um tributo (como a ideia de vários sistemas de crença combatendo o mal, ao invés de apenas um), se torna sua principal miséria. Da trilha sonora desperdiçada ao máximo, até o uso pífio de Ellen Burstyn no resgate de sua personagem, tudo nesse filme parece ser feito a toque de caixa, desinteressado.

As cenas de exorcismo, que são marca registrada dessa “franquia de um filme só” (ou que deveria ser de um filme só, convenhamos), não impactam, apesar de um ou outro momento mais inspirado. Com momentos genéricos e sem energia, David Gordon Green demonstra que não é o cineasta com fôlego para algo desse porte. Assim, O Exorcista – O Devoto não é a desgraça que muitos pintaram, se classificando apenas como mais um filme de exorcismo na praça. Algo que para essa marca, já é um demérito.

Nome Original: The Exorcist: Believer
Direção: David Gordon Green
Elenco: Ellen Burstyn, Leslie Odom Jr., Ann Dowd
Gênero: Terror, Drama
Ano de Lançamento: 2023
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