O Livro de Boba Fett – 1ª temporada

Robert Rodriguez se distanciou muito da identidade que ajudou a criar com seu cinemão de ação autoral mais de vinte anos atrás, com uma direção capenga e pouco inspirada, que toma um episódio inteiro para fazer seu protagonista atravessar uma rua (uma piada recorrente), ou então entrega sequências bocejantes.

Sem nada a dizer durante três episódios, O Livro de Boba Fett vai de um lado a outro sem muito o que fazer, a não ser juntar um punhado de promessas. Com isso, um dos piores recursos de roteiros sem enredo, o tal do “flashback”, é usado à exaustão, para revelar ao público algo que ninguém perguntou e assim, enrolar e enrolar, até chegar no ponto de interesse.

O Mandaloriano, que ganha dois formidáveis episódios, dignos de sua série titular (que ganha em qualidade estética, atuação, texto, efeitos, é realmente outro bicho), conduzidos com maestria por Bryce Dallas Howard e Dave Filoni, provando que O Livro de Boba Fett sempre foi, sim, um filler (que como todo filler, nunca tem nada a dizer, eu insisto), mas que perdeu o protagonismo para um herói infinitamente mais carismático.

É cômico, até, mas também evidencia que o grande Jon Favreau teve lá seus altos e baixos no roteiro dessa temporada e, talvez, provavelmente, compreendeu que o lugar do mercenário é no coração de alguns fãs, não na telinha. Para isso, já temos Mando.