O Plano Imperfeito, ou como dar “match” entre os chefes chatos

Uma comédia romântica que subverte levemente a fórmula em favor de sua narrativa, ao colocar dois funcionários workaholics de firmas diferentes, tendo de se unir pra tentar fazer com que seus chefes sufocantes fiquem juntos e assim deem espaço para que cada um desses assistentes ganhe mais fôlego na vida social. Acontece que o lance aqui não é só “uni-los”, mas sim também “mantê-los”, desafio em dobro.

E é claro que desde o princípio você já imagina para onde essa trama pode desenrolar, mesmo assim vale acompanhar o desenvolvimento (que carrega pequenas surpresas), ainda mais para quem é fã do gênero. A graciosa revelação Zoey Deutch, apesar de certos exageros, é cativante e moleca, uma figura claramente identificável; enquanto que Glen Powell, de quem não consigo emitir uma opinião firme, segura bem as pontas em seu papel auto-contido e nada além. Taye Diggs, por outro lado, é péssimo, não fazendo ideia alguma de como atuar, deixando o palco para a sempre majestosa Lucy Liu, em seu domínio e sobriedade, que fornecem a graciosidade que certa parte do longa necessita.

O foco acaba sendo mais na dupla improvável de assistentes do que na formação do casal de chefes – que são chatos, portanto quanto menos tempo de tela, melhor – e logo o espectador se vê torcendo para que os jovens fiquem juntos, ainda que o andamento do enredo não indique isso claramente, numa amizade sincera, desprovida de machismo e estereótipos (um cuidado que o roteiro tomou, o que é louvável, mas não surpreendente no mundo em que vivemos hoje, sendo o mínimo que se espera de uma boa premissa).

Com gags pontuais e outros coadjuvantes pra abrilhantar o humor leve, O Plano Imperfeito entrega o que promete e é sempre isso o que esperamos de uma comédia romântica, não?