O sentimento dos autores em As Palavras
E pensar que eu quase deixei de apreciar As Palavras, pelo início semelhante (e pasmem, também com Bradley Cooper) ao fraco Sem Limites. Mas não, este filme já pode se enquadrar nas obras de bom gosto sobre escritores (assim como À Beira da Loucura e O Escritor Fantasma, por exemplo). Tratado como drama, a história não ousa demais, mas também não se perde, acaba mantendo-se com os pés firmes no chão e entrega um enredo interessante, bem dosado e de sabor agradável — sendo, inclusive, tudo que o deplorável Janela Secreta não conseguiu.
Com um elenco impecável e à vontade nas atuações (mas Jeremy Irons está acima da média), As Palavras lida com frustração, escolhas, arrependimentos e amor de uma maneira que já foi vista antes, mas que aqui, estruturado num plot à lá “boneca russa”, fragmenta o filme numa linguagem que, particularmente, me agradou bastante, com três tramas correndo em paralelo em tempos distintos (outros bons exemplos disso são O Grande Truque e A Viagem, por exemplo). Creio, inclusive, que alguns autores vão se identificar com Rory Jansen em algum momento (espero que não na escolha torta que ele comete).
Tipo de filme que eu gostaria de ter na estante.