Pássaros de Verão e a cultura Wayuu
Pássaros de Verão se passa nos anos 70, onde Rapayet (José Acosta) deseja se casar com a jovem Zaida (Natalia Reys) mas, para isso, ele precisa prover o dote que a família da moça determinou. Sem dinheiro e desesperado, Rapayet resolve se envolver na venda de maconha e acaba fazendo uma carreira a partir disso.
Costumes locais
A trama se passa na Colômbia e retrata uma família de nativos Wayuu, por isso o espectador também acompanha muitos dos costumes deles, que não são muito conhecidos. Por exemplo, o filme começa com o ritual que determina que Zaida virou mulher. Para isso, ela dança com um menino da região e é nesse momento que ela chama a atenção de Rapayet.
Os costumes não são o ponto mais importante de Pássaros de Verão, mas são certamente relevantes. O ritual de crescimento de Zaida leva a história para frente e outras situações semelhantes fazem o mesmo durante o filme. Esta é uma maneira de aprender os costumes dos Wayuu, que são conhecidos por poucas pessoas.
Tradição x modernidade
O filme também fala muito sobre desafiar essa tradição extremamente forte dos Wayuu. A família de Zaida segue a tradição à risca e por isso, exige que o noivo da moça também o faça.
Rapayet, no entanto, parece orbitar entre a tradição e a modernidade. A maneira que ele escolhe (ou que lhe sobra) para ganhar a vida e sustentar sua família está completamente fora da tradição, mas ele ainda cumpre alguns dos rituais.
O amigo e parceiro de negócios de Rapayet, Mocho (Jhon Narváez), que não é um Wayuu, leva o protagonista a fazer coisas completamente fora da tradição. Ou seja, Mocho, basicamente, representa a modernidade. Rapayet então se vê preso e dividido entre a tradição de seu povo e da família da mulher com quem ele deseja se casar e as vantagens que o mundo moderno fora da tribo podem lhe proporcionar.
Aspectos Técnicos de Pássaros de Verão
Este é um filme que tem seus méritos, pois retrata um povo do qual se conhece pouco, mas que tem tradições interessantes e é ótimo mergulhar em uma cultura tão diferente da nossa. O fato de ser levemente inspirado em histórias que de fato aconteceram também é um ponto positivo, o que deixa a sua trama ainda mais realista. Além disso, o filme é diferente e portanto, único.
A fotografia, que mostra paisagens da Colômbia, é extremamente bonita e coloca a plateia dentro daquele lugar. Pássaros de Verão também tem ótimas atuações, especialmente a de seus protagonistas, José Acosta, Jhon Narváez e Natalia Reys, que tem pouco tempo de cena, mas que desempenha seu papel muito bem.
O filme funciona muito bem até a sua metade. O público fica preso à trama e curioso para saber que rumo o filme vai tomar. No entanto, depois de um tempo, ele começa a ficar um pouco cansativo.
O fato de ser relativamente longo (2h 05min) também prejudica o resultado final, já que a partir de determinado momento, temos a sensação de que mais nada acontece. Assim, mesmo o filme com uma boa trama e boas imagens, se torna arrastado e parado.
Pássaros de Verão nos apresenta uma história interessante, que tem muito a nos ensinar. Entretanto, a duração do filme, acaba por deixá-lo um pouco lento.
O filme entra em cartaz no dia 22 de agosto.