Power – efeitos especiais impressionantes na Netflix

Mas falta alma – e o que dizer – ao filme

Apesar de se vender como mais uma “proposta realista de história de super-herói” (na toada recente da Netflix, vide o ótimo ”Resgate” e o interessante ”The Old Guard”), Power chega à plataforma sem saber o que dizer, mas mostrando o grande investimento no alto valor de produção, com direção de arte, fotografia e efeitos especiais de encher os olhos, que ficam ainda mais deslumbrantes em TVs de maiores polegadas.

A dupla de diretores Henry Joost e Ariel Schulman já havia chamado a atenção em 2017 com o curioso e inventivo ”Nerve” e trazem para essa nova produção suas ousadias narrativas (mas nem tanto assim) e certo dinamismo na direção. Por outro lado, o longa ainda parece feito a toque de caixa para rechear o catálogo da gigante do streaming. Sua uma trama vai entreter o suficiente durante sua rodagem, mas será esquecida logo após os créditos. E tudo bem com isso.

Power

Project Power

Em Power, um policial se une a um veterano do exército e a uma traficante adolescente para lutar contra criminosos que usam uma misteriosa pílula que libera superpoderes aleatórios em seus usuários por cinco minutos.

Talvez temeroso em cair em muitos clichês do gênero, dado que a temática de sua obra já foi trabalhada e retrabalhada em dezenas de outros filmes nos últimos quinze anos (inclusive a ideia de pílula que confere grandes habilidades ao usuário), Mattson Tomlin não sabe qual caminho seguir no roteiro. Dessa forma, ele segue vários. Assim, Power acaba sendo mais um longa sobre o mundo do tráfico e menos sobre os efeitos da droga. O pouco que aparecem, pelo menos impressionam pelo grafismo brutal.

Os superpoderes, aqui oriundos de animais (e também já visto antes), são o de menos, servindo mais como pano de fundo. O resgate da filha de um dos personagens acaba sendo parte do mote e o resto é confusão que vai subindo em escala, com direito a clímax no porto e tudo. No final das contas, Tomlin fez mais do mesmo, mas Joost e Schulman conseguiram dar uma embalagem legal.

Power

E o elenco…

Jamie Foxx e Joseph Gordon-Levitt estão super à vontade, ligados no automático e com muita canastrice. Enquanto isso, Dominique Fishback consegue nos convencer que tem 15 anos (a atriz tem 29). Rodrigo Santoro faz uma ponta pouco relevante, a não ser para uma sequência minimamente vistosa e… é isso.

Sem um vilão para contrapor os anti-heróis, falta substância à trama, que chega mais descompromissada e com boas sequências de ação, ideais para um sofá de domingo à tarde.

Power

Nome Original: Project Power
Direção: Henry Joost, Ariel Schulman
Elenco: Jamie Foxx, Joseph Gordon-Levitt, Dominique Fishback
Gênero: Ação, Crime, Sci-Fi
Produtora: Supermarché
Distribuidora: Netflix
Ano de Lançamento: 2020
Etiquetas

Deixe um comentário

Botão Voltar ao topo
Fechar