Sick

Kevin Williamson, um dos criadores da melhor franquia de slasher do cinema, Pânico, retorna ao subgênero, junto da roteirista Katelyn Crabb, para contar essa história que se passa no começo da pandemia, quando o mundo ainda não tinha vacina e começava a compreender os efeitos da COVID-19, levando duas amigas para um retiro num chalé, quando as coisas começam a dar errado.

O assassino de Sick não tem metade do carisma do Ghostface, nem qualquer outro do formato. E essa nem é a intenção. Mascarado como um bandido qualquer (a máscara para proteger do coronavírus ajuda a justificar o figurino), o vilão é completamente determinado, furioso e brutal, o que fica evidente em sua linguagem corporal. A ambientação, a construção do suspense, o uso de aparelhos sendo ligados, são bem feitos pelas mãos do diretor John Hyams. As atrizes Gideon Adlon e Beth Million estão ótimas e seguram muito bem as pontas, inclusive nas performances.

A justificativa do assassino é bem fundamentada, ainda que exagerada ao extremo pelas consequências. Os motivos validam o comportamento, mas não fazem sentido com a parte de provocação, onde parece querer evocar medo em suas vítimas, antes de executá-las (algo que combina com Ghostface, mas não aqui, onde o objetivo é a eliminação a todo custo). E sim, o propósito é relacionado a vingança, que tem relação com a pandemia e o título se amarra a tudo, no final.

Intenso e sufocante, Sick é um entretenimento pontual para fãs do gênero, com uma provocação interessante dentro desse terrível evento que todos vivemos.

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