Snoopy e Charlie Brown: Peanuts – O Filme
Fofura e nostalgia para novos e velhos fãs!
A Blue Sky Studio (a mesma produtora de “A Era do Gelo” e “Rio”) contou com Craig e Bryan, respectivamente o filho e o neto de Charles Schulz, criador da turma do Minduim, para roteirizar Snoopy e Charlie Brown, essa animação extremamente fofa e divertida, que traz na direção Steve Martino (“Horton e o Mundo dos Quem”), preservando não só o tom das tiras clássicas, como também das animações antigas, que marcaram principalmente as gerações dos anos 80 e 90.
Até mesmo a trilha marcante de Vince Guaraldi Trio está lá. Outro ponto fundamental e acerto dessa produção, foi na escolha estética, que mantém o traço de Schulz, agora em uma bela composição em computação gráfica (mas com os olhos e bocas em 2D). Toda a movimentação dos personagens e de objetos de cena são belíssimos e super coloridos, algo que segue pelos cenários deslumbrantes.
A história se divide em duas frentes: a rotina de Charlie Brown e seus amigos na escola, com o menino também conhecendo a Garotinha Ruiva, desenvolvendo sua paixão e então seguindo numa jornada – repleta de ruínas, diga-se de passagem – para conseguir a atenção dela; enquanto Snoopy e Woodstock voam por uma trama paralela, repleta de fantasia e muita imaginação, enfrentando o terrível Barão Vermelho.
Snoopy & Charlie Brown: Peanuts, o Filme
As passagens com o cãozinho são legais, mas em alguns momentos roubam atenção demais do que realmente importa; isso talvez se deva pela alta popularidade que o beagle conquistou nas últimas décadas, principalmente fora dos quadrinhos e das animações, com o merchandising.
Mesmo assim, são as passagens com a garotada o ponto forte do filme, que resgata o tempo inteiro os desenhos animados clássicos, quase como se fosse um episódio estendido e, justamente por preservar tão bem o enredo e os hábitos de antes, que essa produção acerta tanto. Portanto, não espere ver Linus, Lucy e Marcie usando smartphones, pois aqui o telefone de fio ainda impera.
Detalhes
Atenção especial para a dublagem nacional, que traz vozes de crianças, o que confere um charme todo especial à sessão. O lançamento nos Estados Unidos coincidiu com os 65 anos da publicação da primeira tira dos personagens de Charles Schulz e o 50º aniversário do primeiro especial para a TV.
Nostálgico e atemporal, esse filme do Charlie Brown (e não do Snoopy, por mais que ele queira!) revoluciona as técnicas de animações em 3D, enquanto mantém os sentimentos positivos em alta. Não para o nosso protagonista, é claro, afinal o mundo vai sempre continuar conspirando contra ele. Para a nossa diversão, ainda bem.