Terremoto – Bota essa terra pra tremer
Em 2015, o filme escolhido pela Noruega para competir na categoria “Melhor filme de língua estrangeira” no Oscar foi o filme-catástrofe “The Wave“, que chegou no Brasil com o nome “Bolgen – Alerta Tsunami”, mas o nome original mesmo é “Bølgen”, que significa “onda” em norueguês, então não dá pra entender muito o título brasileiro. O filme foi bem recebido por crítica e público, tanto que três anos depois, em 2018, ele recebeu uma continuação: “The Quake” (do original “Skjelvet”), que só chega agora ao Brasil com o título “Terremoto”. Dessa vez a equipe de marketing evitou a redundância de chamar a película de “Skjelvet – Alerta Terremoto”, provavelmente porque ninguém fora dos países nórdicos é capaz de pronunciar “Skjelvet”.
Não parece ser necessário assistir ao primeiro filme para ir ao cinema curtir o segundo (eu mesmo não assisti). O prólogo tem um resumo extremamente rápido e conciso, sem sair da história.
Terremoto – Dramalhão Norueguês
Mas, talvez o fato de eu não ter assistido ao primeiro foi o que tornou a primeira metade do filme tão chata. Se eu tivesse conhecido os personagens previamente, talvez eu aceitasse melhor o dramalhão que o filme te joga, com um protagonista claramente necessitando de uma terapia, já que sobreviver a um filme-tragédia não deve ser fácil mesmo e o trauma acabou o jogando em um monte de problemas familiares.
Não só isso, mas Kristian, o personagem principal, vivido pelo ator Kristoffer Joner (de acordo com o IMDB, mais Hollywoodiano que eu julguei a princípio) virou um daqueles malucos de desastre, o que ajuda a cumprir a checklist dos clichês de filmes do tipo.
Assim, a primeira metade do filme demora a passar e parece arrastada.
Chacoalhando as coisas
Conhecendo o pôster e o trailer, quem vai ao cinema para este filme quer mesmo ver o mundo em chamas. O cinema tragédia americano, principalmente nas mãos de Roland Emmerich, é mais gentil com o espectador e já começa a entregar a ação na primeira metade do filme. Muitas vezes ele acaba entregando a melhor ação bem cedo e o final acaba sendo realmente uma bosta (o que ainda é bom porque a gente já sabe que dá pra parar de ver 2012 na metade), mas a demora para acontecer algo parece uma bela enrolação.
Quando a terra chacoalha (não é spoiler, né? Porra, o filme se chama “Terremoto”), ao menos as cenas são bem decentes, com efeitos especiais bem feitinhos. O grande avanço na área da computação gráfica com certeza ajudou muito esse filme a sair do papel. Não se deixe enganar se os efeitos visuais do filme soam baratos, eu já estive na Noruega e não existe NADA barato naquele país. Uma cerveja custa 12 euros.
É uma tragédia?
Sobrevivendo à grande barriga de seu segundo ato, o filme não é ruim. Principalmente colocando-se no gênero ao qual ele pertence. Ele tem todos os elementos de um típico bom filme catástrofe ruim: entre os personagens tem a criança enxerida, o sabichão transtornado, adultos burros e figurantes descartáveis; entre sua execução há as fraturas expostas, o arco bobo de personagem, o governo como vilão, e, é claro, aquele delicioso completo desrespeito com as leis da física.
Aos fãs de Roland Emmerich e fãs do gênero, vale o ingresso. Além de tudo, é sempre um alívio ver outro país sendo destruído que não seja os Estados Unidos. Só pra variar, né?
Eu amei esse filme, só achei muito dramático com suspense incrível, realmente prendeu a minha atenção praticamente o tempo todo, só não gostei de um dos personagens principal morrer no final, pelo menos deu a tender que isso ocorreu, algo raro em filmes assim… Podiam fazer agora um de Tempestade, furações, coisas assim, amo… Por que último lançado no olho do tornado não gostei, Twister é bem mais antigo e até hoje gosto de assisti. Me surpreendi quando achei esse (Terremoto) meio que uma continuação de a Onda, não em termos de história, mas produção e estilo..