The End of the F***ing World – Vale a pena dar uma chance?

Atualizando o conceito de Bonnie e Clyde, The End of the F***ing World é uma série com ares indie que entrega ótimos momentos, a medida que é fofa, intensa e com um singular humor negro, encontrando o equilíbrio ideal em tudo o que se propõe.

Fofa, intensa e com um singular humor negro...
Fofa, intensa e com um singular humor negro…


A história segue James, um jovem de 17 anos que acredita ser um psicopata e mata animais regularmente, e Alyssa, uma colega de classe rebelde que vê no rapaz uma chance de escapar de sua vida doméstica sufocante.

Os protagonistas, Jessica Barden e Alex Lawther (que já havia se provado um prodígio como Kenny em Black Mirror) carregam o seriado nas costas com exímia competência e forte química, em um casal improvável, que vai se revelando bonitinho.

Sem se desfazer dos ícones que formam os típicos “aborrecentes”, seus dramas e atitudes, The End of the F***ing World não se perde em clichês, apostando em um efeito dominó de causa e consequência, de atos ingênuos de rebeldia que culminam em roubo e assassinato, transformando a chata vida da dupla em uma bola de neve cheia de problemas sem fim.

Em mais uma acertada produção, a Netflix nunca se prende somente a um tema e utiliza a série para abordar questões de paternidade e abuso em todas suas facetas. Sem freios morais, em uma realidade ao mesmo tempo brutal, crua, mas sempre com tons pasteis, ela acerta em todos os alvos em que mira, aliviando o espectador com momentos certeiros de humor bem-feito e outros, de apertar o coração, com a gravidade que as coisas tomam, deixando um desfecho inesperado, com um gancho poderoso para sua continuação.

Os 8 episódios são curtíssimos, nunca indo muito além de 20 minutos. Por isso, vale a pena dar uma chance para esta série criativa.

The End of the F***ing World

Uma série criativa, cheia de nuances interessantes, que reflete o adolescente contemporâneo, revelando que seus dramas se justificam em um mundo que fecha os olhos para os verdadeiros problemas. Mas há esperança, mesmo na porra do fim do mundo.

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