Tom & Jerry: O Filme – Gato e rato na cidade grande

Uma das rivalidades mais conhecidas dos desenhos animados retorna com força total em um “live action” muito fofo que mistura atores “de carne e osso” com animação. Tom & Jerry voltam a se encontrar em Nova York e aprontam suas famosas confusões e rixas em um hotel cinco estrelas.

O gato e o rato mais famosos só não contavam com a esperta Kayla, (interpretada por Chloe Grace Moretz), que, por uma infeliz coincidência, conheceu Tom no meio do caminho, ao perder o atual emprego.

Desesperada? Sim. Qualificada? Talvez! Mas, sem experiência anterior, com zero conhecimentos sobre hotelaria, ela, somente com sua sagacidade, consegue um trabalho como temporária no hotel. Apesar de atrapalhada e confusa, consegue também, conquistar o coração de todos, principalmente do par de noivos que está prestes a fazer uma grande festa de casamento nesse hotel.

Tom & Jerry

Para melhorar a confusão diante de sua falta de experiência, um certo rato conhecido de longa data dos espectadores, chamado Jerry, resolve que ali seria o melhor lugar para morar e se instala em uma mini portinha com mini banheira, mini shampoo e outras tantas regalias como já vimos antes no desenho.

Entretanto, por um infortúnio, ele é visto na cozinha e o chef, interpretado por Ken Jeong (que, apesar de aparecer pouco traz bastante humor ao personagem) avisa que seu emprego depende do rato desaparecer. Então Kayla tem a brilhante ideia de contratar o gato Tom, por ser considerado um predador natural, para caçá-lo. O que ela não sabe é que essa “amizade” vem de outros carnavais, onde esses dois pregam peça um no outro e tentam insistentemente se livrar do rival.

Aí, certamente a confusão está armada! Mas, pra completar, um funcionário do hotel (Michael Peña) conspira contra Kayla e auxilia para que tudo vire de ponta cabeça.

O que esperar dessa produção

Tom & Jerry é uma saga divertida e muito bem montada que junta seres humanos com cenas de ação e aventura dos desenhos animados de maneira perfeita, com bastante sincronismo de imagens e movimentos dos personagens.

O filme lembra bastante as versões originais dos amigos mais briguentos da TV e mistura a nostalgia com a tecnologia. Apesar de Tom, Jerry e os demais animais serem desenhados em 3D utilizando CGI, as animações imitam o antigo 2D com que esses desenhos eram produzidos, o que completa o visual de maneira exemplar e faz com que o espectador embarque nessa aventura de maneira bem gostosa.

Boas animações que utilizavam live action já existiam mesmo quando os desenhos eram produzidos à mão, como é  o caso de A Canção do Sul, Mary Poppins, Se Minha Cama Voasse, Você já Foi à Bahia?, também, os mais recentes Uma Cilada Para Roger Rabbit, Space Jam, Looney Tunes: De Volta à Ação e Encantada mas sem o mesmo carisma e sem a presença desse par de amigos.

Pura nostalgia

A dupla Tom e Jerry faz uma sintonia muito boa com a história e o contexto é muito bem amarrado sem deixar pontas soltas ou qualquer sinal de defeito no longa-metragem, que poderia ser um desastre, por misturar tantos elementos narrativos e ter esse perfil ousado na trama.

Mas os atores estão bem entrosados, tudo está no ponto entre o humor, a aparição das animações e a parte séria que traz mensagens sobre a valorização do outro, determinação, criatividade, auto aceitação, entre tantas outras coisas. O filme traz um balanceamento equilibrado e a nostalgia é a cereja do bolo, que inclusive é empregada na ausência de diálogos de Tom e Jerry que originalmente se comunicavam por gestos.

Assistir sozinho, em família, ou com amigos, qualquer uma das opções renderá boas risadas e momentos de descontração em meio a tanta adversidade dessa crise mundial de pandemia.

A pergunta que fica em Tom & Jerry: O Filme com toda essa mistura (que deu muito certo) é se Kayla conseguirá provar seu valor ou se ela perderá seu novo emprego pelas confusões armadas entre o gato, o rato, e o casamento que será “O evento do ano” e também uma grande pressão para ela.