Top Gun – Ases Indomáveis

Explodindo em feromônios, Top Gun – Ases Indomáveis, esse clássico que alçou a carreira de Tom Cruise, é uma jornada de rebeldia adolescente, sonhos e amores, embalado em propaganda armamentista da Marinha norte-americana (do qual a produção contou consideravelmente para várias decisões da narrativa, tanto nos voos quanto durante as aulas teóricas, até o tipo de morte que poderia ocorrer).

Curiosamente, os rodopios e rasantes dos caças são as partes menos interessantes do longa (com exceção da batalha no desfecho, aquela sim empolgante), repletos de termos técnicos desinteressantes e longas e cansativas tomadas.

O coração da trama reside nas paixões de Maverick (em voar, por Charlie e principalmente em desrespeitar as regras) e na relação dele com todos ao redor, principalmente sua crush e seu melhor amigo boa-praça, Goose – e justamente a tragédia envolvendo ele é que tira um pouco das cores da história, substituindo a alegria envolvente pelo luto, um gatilho que simboliza o amadurecimento de seu protagonista de uma vez por todas.

Top Gun

Top Gun

Além do astro, outras figuras brilham por aqui, como Kelly McGillis, Michael Ironside e Anthony Edwards, com pontas sutis que hoje parecem mais relevantes do que realmente foram, como no caso de Val Kilmer (que não deve ter mais do que 10 linhas de diálogo o filme todo), Meg Ryan e Tim Robbins, veja só.

Tony Scott realiza aqui uma espécie de shonen para gringo ver (a jornada do protagonista rebelde e de boa lábia, com seu rival “frio” e arrogante, o melhor amigo bobão, os mestres bravos porém paternais, a garota de personalidade forte, a pirotecnia gratuita etc), filmando também belas paisagens no ar ou do pôr do sol.

A trilha sonora acaba sendo o grande destaque da produção, em especial por “Danger Zone” de Kenny Loggins, e o grande sucesso “Take My Breath Away” de Berlin – que liderou a Billboard Hot 100 e mais tarde venceria o Oscar de melhor canção original, além da empolgante instrumental “Top Gun Anthem”, de Harold Faltermeyer e Steve Stevens, justificando o sucesso no período pela energia embutida em cada tomada.

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