Top Gun: Maverick
Top Gun: Maverick é o ápice do entretenimento! Essa continuação do clássico é um dos raros casos onde a sequência supera o original, com um filme que entende sua base (e sua fanbase), para fornecer mais e melhor.
Com todos os holofotes voltados para ele, Tom Cruise retorna mais maduro e à vontade do que nunca, mas ainda audacioso no papel do carismático protagonista, dessa vez do outro lado da sala de aula, porém em um contexto onde a prática vai prevalecer sobre a teoria, oferecendo mais sequências de voo envolventes e grandes momentos de ação, com a trilha que resgata as marcantes canções do passado, com novas composições, como a “Hold My Hand” de Lady Gaga.
Com pouco CGi e muita paixão, a direção de Joseph Kosinski (de Tron – O Legado e Oblivion, o primeiro contato do cineasta com o astro) é respeitosa, prestando vários tributos (seja nas tomadas, seja na narrativa), mas não fica presa somente ao passado, também tomando novos rumos para o futuro.
Mesmo assim, o legado de Goose (seja no filho Rooster, seja na sombra que Maverick ainda precisa carregar) e de Ice (com um retorno respeitoso à condição atual de Val Kilmer) na trama, pontuam os momentos mais emocionantes do longa, que conta com um time simpático de novos alunos (destaque para Hangman, que consegue unir o melhor do Maverick e do Ice numa persona só, mas como todos os demais coadjuvantes, tem pouco tempo de tela).
Além de Cruise, Glen Powell e Monica Barbaro são os melhores do elenco, mas Miles Teller e Lewis Pullman fazem o que podem com o pouco material que tem em mãos. Jennifer Connelly, sempre linda e sorridente, só existe em função do protagonista e seu excesso de otimismo ainda ecoa os ares oitentistas, mas é uma personagem vazia.
Ao contrário do clássico, onde os rasantes eram desinteressantes, aqui eles ganham importância narrativa e, muito além das aulas, é no clímax que reside boa parte da qualidade do filme, com situações intensas e realmente relevantes, aumentando a escala de escapismo dessa deliciosa continuação.