Três Homens em Conflito – Um clássico do western
Mais do que um grandioso faroeste spaghetti, Três Homens em Conflito, essa obra-prima inigualável de Sergio Leone é também um divertidíssimo filme de aventura, colocando três figuras ambiciosas atrás de um tesouro, cada qual guardando “pedaços do mapa”.
O cineasta e seu time de roteiristas conseguem fazer, ao mesmo tempo, um recorte da Guerra Civil Americana e da jornada pessoal do bom, do mau e do feio, consagrando esses personagens como ícones atemporais da cultura pop mundial.
Três Homens em Conflito
Clint Eastwood se diverte no papel de “Blondie“, o pistoleiro piedoso, que parece ter saído de um anime mainstream, como o “bom bonzão”, enquanto que Lee Van Cleef tem todo o charme vilanesco dos Olhos Brilhantes, que é capaz de matar seu anfitrião no meio do almoço, sem qualquer escrúpulo.
Mas é o Tuco de Eli Wallach que rouba os holofotes, com um fora-da-lei absurdamente carismático, oportunista e tão parecido com muitos de nós em sua humanidade frágil, falha e irreverente, que é também o personagem com o melhor background desenvolvido durante toda a narrativa, tornando ele o verdadeiro protagonista dessa história — brindada com uma das trilhas mais famosas do planeta, concebida genialmente por Ennio Morricone.
The Good, The Bad and The Ugly
Sendo Leone esse grande diretor que foi, é maravilhoso notar suas grandes tomadas, cenários detalhados e tão realistas, quase emanando um fedor em Três Homens em Conflito. Ele extrai grandes atuações até mesmo de um mero coadjuvante, enquanto narra histórias de melancólicos homens em perdição e sem esperança, que encontram nas pequenas migalhas que a vida dá uma oportunidade de mudança, seja com ferro, seja com sangue.
E faz tudo isso com graça, com pequenos momentos de humor perfeito e sagaz, embalando essa produção como uma das mais memoráveis de todos os tempos.