Um Ano em Nova York

Inspirado em uma história real

O ano é 1995 e Joanna (Margaret Qualley) acabou de se formar na faculdade e começou a trabalhar em uma editora, embora seu sonho seja ser escritora. A editora é responsável pelas obras de J. D. Salinger (Tim Post), autor recluso de O Apanhador no Campo de Centeio, e um dos trabalhos de Joanna é justamente responder as diversas cartas que o autor recebe.

Margaret (Sigourney Weaver), a chefe de Joanna, diz que ela deve responder todas as cartas para Salinger explicando para os fãs que o autor não lê as cartas que recebe, mas Joanna acaba se envolvendo nas histórias que lê e resolve começar a responder as cartas como se fosse Salinger.

Enquanto tenta imitar o famoso escritor, Joanna descobre o seu próprio estilo. Um Ano em Nova York é inspirado no livro autobiográfico de Joanna Rakoff, My Salinger Year.

O filme Um Ano em Nova York é inspirado em uma história real
O filme é inspirado em uma história real

Joanna

A protagonista de Um Ano em Nova York é Joanna, recém-formada que sonha em se tornar escritora, mas que ainda não conseguiu vender nenhum trabalho. Em busca de um emprego em Nova York, ela chega a uma editora local, pequena, mas importante e gerida com mãos de ferro por Margaret.

Embora seja apaixonada por literatura, Joanna não sabe muito sobre a editora que a contratou e, no entanto, mergulha fundo no seu trabalho e tenta a todo custo melhorar as condições do local. Margaret, que é temida pelos outros funcionários, não parece tão disposta a mudar o que já é tradição e só deseja que Joanna faça o que ela a manda fazer.

Margaret Qualley como Joanna
Margaret Qualley como Joanna

Um dos pontos mais interessantes de Um Ano em Nova York é o fato do filme ser inspirado no livro autobiográfico de Joanna Rakoff, e que o que vemos em cena de fato tenha acontecido. Isso porque a trama não só retrata o período em que Joanna, mesmo sabendo que queria ser escritora, ainda decidia exatamente o que faria da sua vida em relação à sua carreira e às suas relações pessoais, como também retrata uma pessoa em uma certa posição de poder e que tem muito o que contar sobre o meio em que ela viveu.

J.D. Salinger

Não vemos o rosto de J.D. Salinger em nenhum momento do filme, mas ele é uma figura definitiva em Um Ano em Nova York e na vida de Joanna. Quando começa a trabalhar na editora, Joanna sabe quem Salinger é, mas nunca leu nada dele. As cartas de fãs que ele recebe, no entanto, chamam a atenção de Joanna porque são geralmente muito apaixonadas e mostram que os leitores realmente gostam do trabalho do escritor.

Apesar da ordem de Margaret, Joanna resolve que vai responder as cartas dos fãs como se fosse o próprio Salinger e se vê cada vez mais envolvida na situação. Até que o próprio Salinger liga contando que escreveu um novo romance – Hapworth 16, 1924, que seria o seu último – e que quer publicá-lo.

O filme não fala só de uma história pessoal - Um Ano em Nova York
O filme não fala só de uma história pessoal

Salinger era um autor recluso, que quase nunca saía de sua casa, por isso, a conversa e mais tarde a aproximação de Joanna com ele, que o telespectador supõe ser uma história real, é extremamente instigante. Mais do que ajudar Joanna em sua carreira, a publicação de Hapworth 16, 1924 é um evento importante no mundo da literatura, que aqui ganha outras cores e que podemos acompanhar os bastidores.

Aspectos técnicos de Um Ano em Nova York

O filme se passa nos anos 1990 e isso está presente em vários momentos do livro, o primeiro deles, por exemplo é o fato de Salinger ainda estar vivo quando a trama se dá – o autor morreu em 2010 – e ainda estar escrevendo. Além disso, Um Ano em Nova York se apoia muito no figurino, que nos remete à década, mas que ainda poderia ser usado nos dias de hoje, como se ele apenas revisitasse a moda dos anos 90, sem mergulhar profundamente nela.

O filme também usa e abusa das cores outonais, vemos muito marrom e amarelo, que estão presentes tanto na fotografia, quanto nas roupas. O clima é acolhedor e a plateia se sente dentro da trama junto com Joanna.

Um Ano em Nova York usa e abusa dos tons outonais
Um Ano em Nova York usa e abusa dos tons outonais

Uma das grandes sacadas é o fato deles nunca mostrarem o rosto de Salinger, que aqui aparece ou como uma voz ao telefone, ou de costas. Salinger era recluso e pouco foi visto depois dos anos 60, então faz muito sentido que nem Joanna, nem quem assiste ao filme possa vê-lo.

O elenco

Um Ano em Nova York também chama atenção pelo seu elenco. Margaret Qualley se sai muito bem como Joanna e o telespectador tem vontade de acompanhar toda a sua história, já Sigourney Weaver consegue se sobressair mesmo estando em um papel pequeno. Tim Post, que interpreta Salinger, está muito bem e baseia quase todo o seu trabalho no seu tom de voz, que combina com o personagem e dá a ele uma personalidade única.

Um Ano em Nova York é ainda, uma boa pedida para quem gosta de literatura, já que não só se passa nesse universo, como também cita outros autores além de Salinger. O longa acompanha o começo de carreira de sua protagonista e um pouco dos seus relacionamentos pessoais, ao mesmo tempo que narra um pedaço de vida um tanto quanto extraordinário.

Um Ano em Nova York

Nome Original: My Salinger Year
Direção: Philippe Falardeau
Elenco: Margaret Qualley, Sigourney Weaver, Douglas Booth, Seána Kerslake, Brían F. O'Byrne
Gênero: Drama
Produtora: Micro_scope, Memento Films International
Distribuidora: Memento Films International
Ano de Lançamento: 2020
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