Unidas Pela Esperança – Inspirado em história real
Unidas Pela Esperança é inspirado em uma história real. Enquanto seus parceiros e parceiras estão no Afeganistão, um grupo de esposas de militares se une para fazer atividades juntas, com a intenção de parar de pensar na guerra que os companheiros enfrentam.
Lisa (Sharon Horgan), que sempre foi a chefe do grupo, precisa aceitar a presença de Kate (Kristin Scott Thomas), a nova integrante, e tudo fica ainda mais complicado quando as outras integrantes resolvem que querem formar um coral.
As mulheres de Unidas Pela Esperança
O filme parte de uma premissa bem interessante e relativamente inovadora: acompanhar um grupo de esposas de militares que se junta para realizar uma série de atividades. Quando o filme começa, o grupo parece já existir, mas não ter exatamente foco, o que muda quando Kate chega.
As mulheres que fazem parte do grupo, embora tenham em comum o fato de terem parceiros e parceiras no Afeganistão, são muito diferentes entre si e é assim que Unidas Pela Esperança nos apresenta os mais variados tipos de pessoas, sem cair em nenhum estereótipo.
Se Kate é séria e compromissada, Lisa é mais divertida e espontânea, já Jess (Gaby French) é tímida e não gosta de aparecer, enquanto Ruby (Lara Rossi) é exatamente o oposto. Cada uma das mulheres também tem histórias de vida diferentes e relações com o trabalho dos parceiros e parceiras, diferentes.
O coral
As atividades que essas mulheres se unem para fazer são, geralmente, uma forma de esquecer, pelo menos por pouco tempo, o perigo que os maridos correm quando estão fora.
Essas mulheres, embora diferentes, estão na mesma situação e precisam do apoio uma da outra, enquanto muitas delas estão lutando com o medo e a ansiedade de receber uma notícia terrível a qualquer momento, Kate tenta lidar com a morte de seu filho, que também era do exército.
O coral, que era para ser apenas uma distração, no entanto, acaba virando algo sério, pelo qual as mulheres trabalham muito.
Lisa e Kate
Outra questão que vem à tona no filme é a relação entre Lisa e Kate, uma vez que as duas mulheres são completamente opostas. Lisa, que é a primeira liderança no grupo, é mais calma e alegre, sua maneira de trabalhar também é menos rígida e mais divertida. Já Kate é quase despótica e quer fazer os ensaios da maneira mais profissional possível.
Kate, por exemplo, não quer só que as mulheres cantem para se distrair, ela quer que elas aprendam a cantar e que entendam de questões técnicas, enquanto Lisa acha que o importante é que as mulheres se divirtam e tirem os parceiros e parceiras da cabeça, e que elas deveriam cantar músicas pop, sem se preocupar com partituras.
As duas eventualmente começam a se entender melhor e conseguem combinar a metodologia de cada uma para que o coral vá para frente, mas é interessante acompanhar como essas mulheres se tornam amigas e começam a confiar e apoiar uma a outra.
As músicas
Uma das coisas mais interessantes de Unidas Pela Esperança é justamente a sua trilha sonora, o filme usa de uma série de músicas pop que aparecem, em sua maioria, em apresentações do coral.
Nesse sentido, o longa se encaixa no gênero musical, uma vez que as personagens cantam em cena. As músicas não empurram a história para frente e muitas vezes não dizem respeito ao que aquelas mulheres estão sentindo naquele momento, com exceção de Home Thoughts From Abroad, que elas mesmas compõem com pedaços de cartas escritas para os parceiros distantes.
Entre as músicas que fazem parte da trilha sonora estão Only You, do Yazoo, Time After Time, da Cindy Lauper, We Are a Family, do Sister Sledge e Don’t You Want Me, do The Human League. A seleção de músicas é muito bem feita e faz quase um contraste com o tema do filme e com a música que elas mesmas compõem, que é muito bonita, mas também muito triste.
Aspectos técnicos de Unidas Pela Esperança
O filme é inspirado na história real do primeiro coral de esposas de militares e esse é um aspecto que o torna interessante. O longa tem aspectos de drama, uma vez que acompanha a vida dessas mulheres, que estão sempre à beira de uma crise de ansiedade, enquanto esperam notícias de seus parceiros na guerra, e que de fato, apresenta algumas situações dramáticas, enquanto intercala com momentos muito engraçados, que mostram essas mulheres treinando, se desentendendo, mas também virando amigas.
A produção tem ainda muitos aspectos de musical, já que as mulheres cantam em cena com seu coral e que a maneira com que os treinos e as apresentações são mostradas lembram muito os filmes da série A Escolha Perfeita e a série Glee, que também acompanham corais nos seus treinos e em suas vidas pessoais.
O coral em Unidas Pela Esperança é quase um contraste com a vida difícil dos militares em guerra e, consequentemente, de suas esposas, que os esperam em casa. Os parceiros e parceiras dessas mulheres podem estar correndo perigo diariamente, mas elas se apoiam uma na outra.
Uma boa sessão
O filme faz um ótimo trabalho em diferenciar a personalidade dessas mulheres e não colocar todas elas em uma só caixa, o telespectador então, pode conhecê-las melhor e se apegar a cada uma delas. Claro que nem todas as personagens tem bastante tempo de tela, e que as duas protagonistas Kristin Scott Thomas e Sharon Horgan chamam mais atenção.
Scott Thomas está ótima e consegue passar ao telespectador dois lados bem distintos da sua personagem: a mulher fria, rígida e impenetrável, que comanda o coral com mãos de ferro e a mãe enlutada e solitária, que sente falta de seu filho todos os dias.
Unidas Pela Esperança retrata uma história real e traz um enredo de amizade e fé, embalado por muita música pop. O filme chega aos cinemas hoje, 14 de janeiro.