Vidas em Jogo

Questionar a realidade parece ter sido um tema importante para o final dos anos 1990 ou começo do novo milênio, algo que se refletiu em vários filmes do período, de Matrix a Cidade dos Sonhos, de Amnésia a Abre Los Ojos, até Clube da Luta do mesmo diretor, Vidas em Jogo é quase como uma versão pessimista de O Show de Truman, mas justamente por se levar tão a sério, é que parece trazer um discurso bobo e ingênuo.

De qualquer forma, os efeitos desse “jogo” (que nunca esconde o que é), funcionam com o protagonista extremamente antipático e ranzinza muito bem incorporado por Michael Douglas, com participações clichês, mas divertidas, de Sean Penn, James Rebhorn e da belíssima Deborah Kara Unger. O thriller se desenrola em uma quest curiosa e interessante, mas que não sustenta o próprio mistério, mesmo com as diversas reviravoltas despejadas ao longo da sessão. O recente A Noite do Jogo, de 2018, parece parodiar esse clássico de um jeito muito mais sagaz e autoconsciente, aliás.

David Fincher é um dos maiores diretores dos últimos tempos e realizou produções extremamente marcantes antes e depois, mas Vidas em Jogo não é um deles. Mesmo assim, vale o passatempo.

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