À Queima-Roupa, um filme de ação genérico

Para salvar a esposa grávida, um enfermeiro se vê forçado a ajudar um criminoso ferido em uma corrida contra o tempo e policiais corruptos. Essa é a premissa básica da nova produção de baixo orçamento da Netflix, À Queima-Roupa, que tira Joe Lynch das séries para seu primeiro longa. O roteiro de Adam G. Simon é bastante previsível e você já viu e reviu essa história antes.

Acontece que a tentativa de fazer um good cop/ bad cop não funciona. Os personagens jamais alcançam o mínimo de química. Anthony Mackie consegue sustentar uma produção com facilidade, como já provou antes, mas seu enfermeiro musculoso, fracote e trapalhão soa forçado e inverossímil demais. Enquanto isso, é dada a Frank Grillo a oportunidade de fazer seu primeiro papel simpático nas telas, algo que ele até conquista, mas a inconstância de humor de seu bandido do bem, ora violento, ora charmoso, parece mais furo de roteiro do que problema de personalidade.

Point Blank – À Queima-Roupa

Sendo os dois protagonistas o coração do filme, À Queima-Roupa não tem muito que sobre de funcional. Marcia Gay Harden faz uma personagem improvável, enquanto que Teyonah Parris e Markice Moore são a mais pura nata do estereótipo do gênero. Ao menos no segundo é reservado boa dose de humor.

Com uma trama pé no chão, mas infestada de clichês óbvios, o longa não se sustenta. Assim, entrega ora boas cenas de ação, ora absurdos difíceis de engolir e acaba acertando apenas a média do público que busca esquecer um dia ruim com um filme aleatório no catálogo e que jamais será lembrado assim que os créditos subirem. Mas você pode tentar investir nessa sessão, é claro.