Medo Profundo: O Segundo Ataque
Claustrofóbico e agoniante
Embora não seja uma continuação direta, Medo Profundo: O Segundo Ataque é precedido por Medo Profundo. Na trama, Mia (Sophie Nélisse) está lidando com o novo casamento de seu pai (John Corbett), uma nova escola e com sua nova “irmã”, filha de sua madrasta, Sasha (Corinne Foxx).
Um dia, os pais de Mia e Sasha resolvem que as duas devem fazer um passeio juntas para se aproximarem, mas elas acabam indo para uma caverna submersa com as amigas de Sasha, Alexa (Brianne Tju) e Nicole (Sistine Stallone). Dentro da caverna, as meninas se deparam com um enorme tubarão branco e percebem que tem poucas chances de escapar dessa situação.
Medo Profundo: O Segundo Ataque – Novas famílias
É óbvio que o foco principal do filme não é a relação entre seus personagens ou entre famílias, mas também há certa preocupação com isso. O filme anterior trouxe a história de duas irmãs que se aventuram em uma gaiola submarina para ver tubarões e acabam presas no fundo do mar. A relação entre as duas personagens era muito importante, pois as motivava a seguir em frente e suportar aquela situação.
Neste segundo filme, essa relação se repete de maneiras diferentes. Mia e Sasha não são irmãs de sangue e nem parecem se dar bem. As duas apenas dividem a mesma casa, porque seus pais resolveram se casar. A sensação que se tem no começo do filme é que as meninas apenas se suportam.
No entanto, quando são colocadas de frente com o tubarão que ronda a caverna submersa, os laços entre elas começam a surgir. Assim, uma vê na outra a chance de sobreviver. Fica mais do que claro que, embora essa não seja a razão para o filme existir, o perigo que Mia e Sasha vivem serve para aproximar as duas e para que elas passem a se ver como irmãs.
O tubarão
Mesmo com fatores em comum, a trama dos dois filmes é bem diferente. Neste segundo ataque as personagens resolvem mergulhar em uma caverna submersa, ou seja em um lugar fechado. Em função disso, alguns outros aspectos também acabam diferentes. O grande atrativo do filme é o tubarão e seus ataques.
A trama é relativamente interessante, mas não exatamente original. Quando as meninas decidem mergulhar sem qualquer conhecimento profissional em uma caverna submersa e começam a ir cada vez mais fundo, o espectador já sabe o que vai acontecer. Portanto, este é aquele tipo de filme em que a cada minuto decisões erradas são tomadas e tudo vai ficando cada vez pior.
Por outro lado, é exatamente isso o que se espera de filmes desse gênero, então, o filme entrega o que promete. Em muitos sentidos, Medo Profundo: O Segundo Ataque é um filme realista, porque mostra os ataques de tubarão com certa veracidade, e nesse aspecto, se difere de filmes recentes do mesmo estilo como Predadores Assassinos. Certamente, qualquer pessoa que vá assisti-lo estará em busca de um filme que dê agonia e que apresente muitas cenas com o tubarão, o que o longa faz muito bem.
Aspectos técnicos de Medo Profundo: O Segundo Ataque
Quando se fala em uma sequência de um filme que teve relativo sucesso, logo se pensa que será necessariamente pior. Mas este não é o caso. O filme se mantém consistente por si só. Não são retomados assuntos do primeiro filme e nem o mesmo fio da meada, mas sim histórias completamente diferentes.
O filme tem bons efeitos, como o próprio tubarão, que são extremamente realistas e críveis. Também é importante ressaltar que, embora seja um filme de tubarão, que está focado basicamente em proporcionar cenas de encontros entre seres humanos e animais, ele tem os pés bem calcados na realidade. Não somos bombardeados com cenas do tubarão atacando humanos violentamente e depois, cenas desses mesmos humanos nadando como se nada tivesse acontecido, saindo de tudo isso apenas com um arranhão.
Existe muita preocupação em entregar uma trama realista, que o público possa acreditar e embarcar. As duas irmãs que se aventuram na caverna submersa, podem não ser profissionais, mas são filha e enteada de um arqueólogo que está pesquisando as mesmas cavernas, o que justifica alguns dos conhecimentos que elas têm que aparecem ao longo do filme.
Leia aqui sobre o filme Predadores Assassinos
O tubarão também se comporta da maneira que um tubarão se porta na vida real, pelo menos dentro do conceito das pessoas que não são biólogas ou especialistas no assunto. Ou seja, são atraídos por sangue e por barulhos. Isso faz com que Medo Profundo: O Segundo Ataque não pareça um daqueles filmes com animais assassinos que viram piada com o tempo e que, muitas vezes, beiram ao trash.
O filme é, de maneira geral, extremamente claustrofóbico. Mesmo antes das meninas encontrarem o tubarão, já as vemos entrando em cavernas cada vez mais estreitas. Isso gera a sensação de aperto e de agonia. Quando elas precisam fugir do tubarão, então, a plateia já começa a pensar que elas vão ter que fazer o mesmo caminho para escapar daquela situação, e a sensação fica potencializada. Essa é exatamente a sensação que se quer ter quando se assiste um filme desse estilo.
O que mais?
O longa não exige uma grande habilidade de atuação, uma vez que as atrizes passam boa parte da trama dentro da água e com equipamento de mergulho, por isso, as atuações das quatro protagonistas funcionam bem e estão dentro do que se espera. Um ponto alto, no entanto, é que como o resto do filme, nenhuma das atrizes soa exagerada, o que poderia acontecer com bastante facilidade na situação que se apresenta.
A fotografia também parece ser bem pensada e assistimos diversas cenas de água, seja no mar ou em piscinas. Muitas vezes a câmera filma os personagens, como se os olhasse de dentro da água. Tudo isso já dá uma pista do que vai acontecer.
Medo Profundo: O Segundo Ataque é um filme que entrega o que é esperado dele: cenas agoniantes, bastante adrenalina e uma grande expectativa para o que vai se seguir. O filme entra em cartaz no dia 20 de novembro.