A Dama e o Vagabundo, live action do desenho de 1955
A Dama e o Vagabundo é a versão live action do desenho de mesmo nome de 1955.
Lady (voz de Tessa Thompson) é uma Cocker spaniel mimada, que tem tudo o que quer dentro de casa, até o dia em que sua dona (Kiersey Clemons) tem um bebê.
Lady então, começa a se sentir rejeitada e acaba fugindo de casa, quando esbarra com um cachorro de rua (voz de Justin Theroux), que resolve ajudá-la. É assim que os dois acabam se apaixonando.
A Dama e o Vagabundo – Um clássico
A história de A Dama e o Vagabundo já é conhecida de todo mundo e segue padrões muito clássicos. Basicamente. a trama reconta um romance entre uma “moça” rica e um “rapaz” pobre, mas usa os cachorros para tal.
O live action não muda isso. Lady ainda é uma cachorrinha rica e mimada, que nunca saiu do seu quintal, enquanto o Vagabundo (que nesse filme não tem um nome oficial, mas é chamado por nomes diferentes, dependendo do lugar onde ele está) continua sendo um cachorro de rua com muita lábia, que consegue tudo o que quer.
Mesmo com personalidades e vidas completamente opostas, parece natural que os dois acabem se apaixonando, mas para além disso, Lady recebe uma lição de vida e de como sobreviver na rua ao encontrar o Vagabundo quando está desaparecida. Dessa forma, ela acaba descobrindo como é a vida de um cachorro de rua.
Diferenças
É natural que se façam modificações quando se transforma um desenho em um live action, ainda mais quando o desenho foi feito nos anos 1950. Fica claro o esforço da produção em acrescentar personagens negros, seja nas vozes dos cachorros (além de Thompson, o elenco de dubladores conta com Janelle Monáe) quanto no elenco em carne e osso. Querida, a dona de Lady, também é interpretada por uma atriz negra, o que não acontece no desenho.
O longa também tenta ir mais a fundo nas tramas que o desenho criou, quase como uma tentativa de tornar a história um pouco mais profunda. O filme por exemplo, apresenta a história pregressa de Vagabundo, o que no desenho não era nem um questionamento.
A interação entre ele e Lady é um pouco mais realista – não necessariamente em termos caninos, mas sim, em termos humanos. Quando eles se encontram na rua, passam o dia juntos, como em um encontro e ao longo do tempo, vão se soltando e se tornando mais próximos. No desenho, apenas acompanhávamos cenas dos dois juntos, até que ficasse claro que eles estavam apaixonados. A Dama e o Vagabundo dá até um tempo para que os protagonistas possam se questionar, brigar e se reconciliarem, como em uma comédia romântica.
As músicas
Embora a animação de 1955 seja um musical, como boa parte dos filmes antigos da Disney, ele nunca foi um desenho com muitas músicas. O filme se mantém assim.
Temos apenas sete músicas: Main Title (Bella Notte), Peace on Earth, La La Lu, What a Shame, You Made Me Love You, He’s a Tramp 2019 e a clássica Bella Notte. As músicas são cantadas algumas vezes pelos personagens humanos, como La La Lu, que Querida canta para a bebê, e Bella Notte, que é cantada pelos donos do restaurante e nas outras vezes pelos animais, como He’s a Tramp 2019, que é interpretada por Janelle Monáe.
Também existem diferenças entre as músicas do desenho e do live action. A música dos gatos siameses (Siamese Cat Song) não existe no filme, os gatos cantam outra música. É compreensível, já que tanto a música quanto a performance têm um ar um tanto quanto racista. No entanto, a música não precisava ser cortada do filme, poderia ser modificada e modernizada.
Aspectos técnicos de A Dama e o Vagabundo
Sempre que a Disney lança um live action com protagonistas animais, surgem questionamentos sobre se o filme deve mesmo ser considerado um live action ou só uma versão mais realista do desenho, como aconteceu com O Rei Leão. Mas A Dama e o Vagabundo de fato é um live action, já que não só usa pessoas em carne e osso, como também usa cachorros de verdade.
Claro que como os personagens falam e até cantam, a produção se utiliza de efeitos especiais para simular o movimento da boca dos animais e, por incrível que pareça, esses movimentos não são estranhos e não soam absurdos. O filme não se passa nos dias de hoje e fica claro o esforço para fazer uma produção realista, tanto nos figurinos, quanto nos cenários e é tudo muito parecido com o desenho, o que certamente vai agradar os fãs.
A aparência dos cachorros, no entanto, pode não ser tão bem recebida. Embora Lady e os outros cachorros da vizinhança estejam bem parecidos com suas versões animadas, Vagabundo está completamente diferente. Talvez ele seja um cachorro mais próximo da realidade, afinal, é interpretado por um cachorro real, mas a imagem do cachorro do desenho é tão icônica que a do filme pode desapontar algumas pessoas.
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A Dama e o Vagabundo também têm ótimas dublagens. Tessa Thompson faz uma Lady com um pouco mais de personalidade e mais decidida e Janelle Monáe entrega a melhor performance musical do filme na voz de Peg, mas é Justin Theroux, que dá vida ao Vagabundo, que consegue refletir toda sua personalidade só na voz.
A Dama e o Vagabundo é um live action que funciona, se mantém fiel ao desenho, ao mesmo tempo que moderniza e dá novas informações aos espectadores. O filme é bonitinho e romântico, exatamente como a gente lembra do desenho.