Casamento Sangrento, um estiloso jogo de gato e rato
Divertido e absurdo!
Grace acaba de se casar com o herdeiro de uma dinastia de jogos de tabuleiro, mas precisa passar por um ritual que todo novo membro da família Le Domas se submete: um jogo escolhido por sorteio. Quando ela descobre que o esconde-esconde da família tem consequências mortais, ela precisa arranjar uma maneira de sobreviver à sua noite de núpcias.
Com essa premissa insana, a dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (que participou do longa em antologia “VHS”) marca sua assinatura no cinemão de entretenimento. Com muita personalidade, fazem uso do horror gore com humor negro, enquanto reinventam o romance gótico em uma mansão ancestral, principal cenário do divertido e ao mesmo tempo apreensivo jogo de gato e rato, que não perdoa as figuras ao redor, nem sequer a própria protagonista.
Casamento Sangrento
Em certa toada, até pode remeter ao recente “Corra!”, pelo contexto de confinamento com a família do parceiro e da evolução narrativa (inclusive nos momentos catárticos). Mas a trama vai além! Usando do absurdo para injetar diálogos ácidos, sequências enervantes e um vigor descontraído raramente visto, tudo é embalado por uma trilha sonora na medida certa.
O filme é todo de Samara Weaving, que prova ser uma atriz muito mais versátil do que visto no bobinho e divertido “A Babá”, com seus olhos expressivos, saltando da garota sonhadora para uma sobrevivente de maneira orgânica (sem contar os marcantes berros e gemidos que ela solta, típica de uma Final Girl).
Mark O’Brien e Adam Brody ajudam a equilibrar as sensações, fazendo os papéis dos irmãos que participam do jogo a contragosto, enquanto Henry Czerny e Andie MacDowell são dois lados da mesma moeda nessa caçada humana. Os demais do elenco, especialmente Melanie Scrofano, apesar do grande potencial de seus personagens, ganham apenas cenas pontuais, ou de humor ou de brutalidade.
Despretensioso e cruento, Casamento Sangrento entretém com estilo e originalidade, injetando novas ideias para o terror moderno, que sabe rir de si mesmo, enquanto arranca esperanças e cabeças pelo caminho.