Férias Frustradas, o novo, de 2015
Reciclagem do humor negro do original é realizada de maneira mais pesada e afiada, sem perder a piada
Os diretores e roteiristas John Francis Daley, ator da série “Bones”, e Jonathan M. Goldstein, parceiros de curtas e dos scripts de “Quero Matar Meu Chefe” (2011), se unem para revitalizar a série de filmes Férias Frustradas que certamente foi um hit há três décadas – dirigida pelo grande Harold Ramis e roteirizada por outro ícone dos anos 1980, John Hughes, a partir de uma crônica escrita pelo próprio, na revista cômica “National Lampoon”, na qual se inspirou em sua experiência de infância durante uma viagem para a Disneylândia.
Assim, seguindo os passos do pai e ansiando por uma ligação familiar, Rusty Griswold surpreende sua esposa e seus dois filhos com uma viagem que atravessa o país para o parque de diversões favorito da família: o Walley World. Dessa maneira simples e eficiente, o novo longa segue seu próprio rumo sem delongas e entrega o mesmo tipo de divertimento errado que as obras anteriores faziam (e que particularmente marcaram de maneira significativa minha pré-adolescência).
Férias Frustradas
Agora temos a nova cara do humor, Ed Helms, como o pai bobão da vez. Claro que ele não tem o mesmo charme patético de Chavy Chase (que faz sua ponta magistral por aqui), mas consegue ser suficientemente eficiente na função, que encontra equilíbrio com a sempre ótima e belíssima Christina Applegate, mas o espectador também pode esperar bons momentos envolvendo o novato e esquisito Skyler Gisondo, além do astro Chris Hemsworth (fazendo uma versão triplamente mais sexualizada do Kevin Rawley de Owen Wilson em “Entrando numa Fria”).
Várias sequências marcam esse remake-continuação, desde pequenos momentos, com a gostosa no carrão na estrada (que ganha outro destino nessa versão); do humor pastelão envolvendo a tentativa de transar no marco dos quatro estados; do moleque se constrangendo sempre que tenta chegar na garota bonita; no nojentíssimo banho no esgoto; na descida pelo rio, entre outras.
Férias Frustradas sustenta um humor negro ainda mais afiado e pesado do que os filmes originais (que nunca foram para a toda a família, vale lembrar) e que, se não supera o clássico, ao menos não o desmerece e ainda pode fazer com que um novo público o redescubra através do novo. É o tipo de viagem que vale a pena fazer sempre.