O Caldeirão Mágico – Animação da Disney de 1985

A Disney coloca a cobiça e o sacrifício em cheque nesse competente longa animado que foi um fiasco de bilheteria e crítica na época. Consideraram O Caldeirão Mágico “sombrio demais” e é justamente esse um dos atributos da produção, que não tem medo de abraçar alguns tons mais escuros e sequências honestamente macabras, como os momentos com o Rei de Chifres ou o doloroso ato final — ainda que não abra mão da ingenuidade, como nas cenas com a porquinha ou com o insuportável Gurgi. Esse também foi o primeiro filme a fazer uso de imagens geradas por computador.

Ted Berman e Richard Rich dirigem essa obra, que era uma aposta da Disney, com roteiro baseado nos dois primeiros livros da série As Crônicas de Prydain, de Lloyd Alexander, por sua vez inspirada na mitologia galesa. No mais, os personagens principais aqui em partes parecem saídos de qualquer outro longa da Casa do Mickey, enquanto que o lado vilanesco remete-se muito a produções do período, como He-Man e Thundercats, enquanto o Rei Leg Leg e sua comunidade de fadas lembram imediatamente dos Smurfs.

No final das contas e mesmo em meio a algumas previsibilidades da narrativa, O Caldeirão Mágico vale principalmente pela ousadia de abraçar o macabro e entregar uma aventura de fantasia que a Disney jamais ousaria a fazer novamente.