Reféns
Filme que falha nas suas propostas
O casamento de Emma (Jill Awbrey) e Henry (Bart Johnson) está em crise, mas os dois seguem tentando se conectar. Durante uma viagem para uma casa isolada, eles acabam reféns de uma voz misteriosa que diz o que eles devem fazer e que começa a pedir coisas cada vez mais absurdas. Os dois precisam se unir para enfrentar este inimigo em comum.
A voz
O grande mote de Reféns é justamente a voz misteriosa que começa a mandar e desmandar em Emma e Henry e toda essa trama começa quando o casal resolve ir passar um tempo em uma casa isolada.
Não existe nenhuma explicação pregressa sobre como aquele dispositivo foi colocado naquela casa, de quem é a voz ou qual é o propósito dessa pessoa, já que o próprio telespectador só toma conhecimento disso quando, como Emma e Henry, escuta a voz pela primeira vez.
Tanto o cenário, quanto a situação do casal são bem propícios para o que vamos assistir: eles estão sozinhos em um lugar isolado e presos em um casamento cheio de problemas. Como também é fácil de prever, a voz, que começa pedindo coisas simples, vai pedindo coisas cada vez mais absurdas, que chegam ao nível do violento e do problemático e o casal vai ficando cada vez mais assustado.
O casamento
No pano de fundo de Reféns está o casamento de Emma e Henry, que desde o começo está balançado. É interessante que o filme se proponha a tratar de uma questão real e que essa questão seja o que movimenta a trama, ainda que o roteiro aborde uma ideia um pouco fantasiosa.
Sabemos que a relação entre Emma e Henry não é mais a mesma, o que parece uma situação fácil de encontrar no mundo real e até de, eventualmente, causar algum reconhecimento, mas tanto Emma quanto Henry parecem ser boas pessoas que estão se esforçando para recobrar o que eles, uma vez, sentiam um pelo outro.
Ao longo do filme, no entanto, os personagens vão mostrando outros lados e a percepção que tivemos inicialmente muda, dando um tom um pouco mais profundo ao filme, mas que infelizmente é mal explorado.
Aspectos técnicos de Reféns
Este é um filme pequeno, com pouca gente no elenco, apenas um cenário e quase nenhuma troca de figurino. Para a proposta do filme, faz sentido, já que o que deveria apavorar o telespectador aqui é a voz da qual não sabemos nada. Mas isso não funciona muito bem, Reféns não é um filme assustador.
O conceito do filme é bem instigante e lembra produções como Jogos Mortais, que também apresentam pessoas presas em uma situação e obedecendo regras de um desconhecido, mas Reféns se perde no meio do caminho porque as situações começam a ficar cada vez mais absurdas e o longa passa a soar irrealista.
Suas atuações são bem medianas, e não agregam muito ao filme, mas o grande problema é o roteiro, que ainda que tenha algumas reviravoltas vagamente interessantes, é meio bobo e sem sentido.
Tentando agregar uma trama realista com algo que deveria ser assustador, Reféns se confunde e não entrega nem uma coisa, nem outra.