Dica de Seriado: Westworld
Faz tempo que não surge uma dica por aqui e a bola da vez vai para a HBO que usou aqueles postes de horário e os pontos de ônibus para divulgar uma série de Ficção Científica que mistura sintéticos e faroeste. Achei estranho não ter seguido os boatos da concepção da série e resolvi dar uma olhada e o que eu encontrei? Um seriado que combina o melhor de muitos e uma pedida e tanto para quem é fã do estilo.
Para começar, vamos entender o que rola. Se você é fã de tecnologia deve estar acompanhando os avanços no desenvolvimento da tecnologia de impressão 3D? Orgãos humanos, construções, armas…um monte de coisa está surgindo e tende a evoluir cada vez mais. Do outro lado, você tem supercomputadores trabalhando na simulação de seres humanos, computação quântica e um conhecimento cada vez maior do funcionamento do nosso cérebro certo? Certoooo. Então esse é o primeiro passo: um Parque de Diversões feito de sintéticos (você pode entender como robô, mas você não vai vê-los soltando faíscas nem nada do gênero) onde pessoas pagam para ter acesso e fazer o que quiser. Bem vindos a Westworld.
A genialidade começa com o tema do parque: faroeste. Os visitantes chegam em uma cidade onde é possível atirar no que quiser, ir no bordel que quiser e se aventurar nas inúmeras missões que os sintéticos da narrativa tendem a oferecer. No meio disso tudo, a trama se amarra em personagens marcantes e diálogos bem construídos. Isso quer dizer que enquanto você acompanha a visão de satisfação e auto-conhecimento dos visitantes do lugar, você de quebra ainda vai se envolver no mistério do pensamento introspectivo que os próprios sintéticos começam a desenvolver que já levanta uma dúvida nesse início: podem os sintéticos desenvolverem consciência?
Tudo isso ainda vem de bandeja em uma formato bem roteirizado e que leva o espectador a participar do roteiro. Como a história se repete para visitantes diferentes, mas nunca do mesmo jeito, é possível sentir aquela vontade de decidir, de escolher, elemento que leva as pessoas a pagarem tanto dinheiro para participar da brincadeira. Para fechar o quadradinho mental, jogam na cidade um visitante que parece não querer jogar os mesmos jogos de sempre e um Dr. que parece que tem planos futuros para a sua criação. Esse visitante em específico da um ar de Lost a série que é o que mais tem me prendido.
Como cada elemento da história faz parte de uma linha do roteiro por várias vezes o espectador vai estar atento as mudanças ou novos elementos que surgem para tentar entender mais sobre os personagens, sobre a tecnologia envolvida e sobre os mistérios que circulam Westworld. É fácil perceber isso usando como referência a própria Dolores, que cada vez que desperta, no início da história, parece estar cada vez mais diferente. Participações como a de Rodrigo Santoro são bem executadas e a trilha sonora, munida de Johnny Cash termina a cobertura do bolo.
Eu poderia ficar babando aqui e dizendo isso e aquilo da série, mas eu prefiro poupar os detalhes mais vorazes para quando vocês estiverem assistido e a gente puder bater um papo.