Mu Legend, o renascer de um clássico
Em um período em que Counter Strike 1.5, Tibia e Ragnarok colecionavam fãs pelo mundo todo, Mu surgiu como um RPG distinto, trazendo características dos jogos orientais com gráficos de qualidade. Numa época onde a internet não passava de poucos megabytes e servidores piratas populavam a Web, comunidades inteiras de Mu Online foram surgindo gerando inúmeras atualizações e sucessores, dentre eles, Mu Legends que promete resgatar os fãs do jogo onde eu aprendi a colocar durex no mouse.
Enquanto o jogo original permanece intacto, em sua Season XII, a Webzen fez uma tentativa não tem bem sucedida ao trazer uma versão do jogo para celular com um jogo intitulado de MU Origin. Novo público, nova mecânica, uma chance de manter a chama da comunidade acesa enquanto acompanha as progressões dos RPGs atuais. Com 120 mil downloads somados em ambas as plataformas, um valor baixo, considerando um nome que já estava no mercado.
Agora em Novembro, renascido nas cinzas surge Mu Legends com 5 classes relevadas e 4 jogáveis. Guerreiro, Mago e Domadora (que parece uma arqueira) são as classes mais conhecidas, somadas ao Lorde e a Mesmerizadora, considerando que essa última ainda não está disponível para a jogatina.
Para cada uma dessas classes duas vertentes são oferecidas, trazendo grades de habilidades diferentes e tentando se encaixar no estilo do jogador. Dentro do jogo, grades de aprimoramento vão surgindo para todo lado, oferecendo opções de evoluções das habilidades e criando maneiras de combates distintas para cada jogador.
As opções de customização de personagem são limitadas, em compensação, a janela de interação do jogo ganhou uma interface mobile que torna o jogo prático, mas complexo quanto ao uso de cada uma das janelas, tipo aquele jogo de RPG que você baixa no celular que depois de meses você vai entender como funciona certa janela, pois bem, Mu Legends parece ter saído de uma versão do Unity para celular, aprimorada de Mu Origin, e na sequência desktopazada para trazer o vício de matar monstros de uma maneira clássica, mas moderna (ué?).
Apesar de não oferecer filmes incríveis como os de World of Warcraft ou Perfect World, Mu Legend consegue trazer uma história interessante enquanto inclui elementos vistos em jogos como Diablo 3 ou Titan Quest, falta motivação ao protagonista mas essa parece que sobra nos personagens que lhe darão missões. Não encontrei problemas na tradução enquanto pude me deliciar com os excelentes efeitos de sons que vão desde da voz dos NPCs até os barulhos emitidos pelos monstros, que muitas vezes parecem realmente promulgar agonia.
O sistema de interação com os personagens de outros jogadores na tela é macio, e funciona como deveria, tornando prático ações como adicionar amigos ou formar grupos, necessários para vencer masmorras (dungeons, instâncias, tanto faz), matar chefões e obter itens valiosos.
A movimentação dos personagens é um tanto lenta comparada com os jogos do estilo e os comandos clássicos são um pouco angustiantes para quem ficou um tempo sem apertar as teclas 1 2 3 repetidamente e infinitamente. A mudança de câmera é pura firula mas dá para ver de pertinho as mudanças no personagem quando aplicado um novo equipamento.
Para quem estava procurando um RPG no estilo Diablo e gratuito, Mu Legend oferece horas de diversão e nostalgia, com uma evolução continua do personagem em meio a horla de monstros, missões e masmorras.
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