A Marca de Atena, de Rick Riordan
Editora Intrínseca
Riordan realiza em A Marca de Atena um entretenimento eficaz na fórmula de sempre, que neste terceiro volume fica ainda mais evidente. Se nos primeiros livros originais da série, ele estabelecia seus padrões em aventuras infanto-juvenis divertidíssimas, nessa segunda saga, Os Heróis do Olimpo, o autor flerta com narrativas mais maduras, mas no final das contas, ainda mantém os pés presos no infanto-juvenil — o que não é problema nenhum, se ele realmente assumisse isso.
É em A Marca de Atena que os sete semideuses se reúnem pela primeira vez, já que nos dois livros anteriores estavam divididos em situações diferentes e grupos menores, mas a interação acaba ficando meio pelo caminho. Ainda que Annabeth seja quase a protagonista aqui, é Leo quem domina a história. De longe o personagem mais carismático e engraçado do enredo, ele suplanta qualquer outro e se parece muito com as primeiras versões de Percy, deixando os demais como coadjuvantes de luxo.
Neste livro, Riordan parece um pouco perdido com os vários inimigos que coloca no caminho dos adolescentes (onde agora ele refaz a jornada dos Argonautas) e fica evidente pro leitor mais desatento que nenhum perigo é real, nada realmente vai ser pra valer e sempre terá uma solução simplória para a situação. É claro que parte disso é charme do seu estilo, mas ao ocorrer com frequência seguida, chega a desgastar a narrativa. Exceto, é claro, pelo ato final, numa pegada de dungeon bacanérrima, onde o maior desafio não está em um monstro, mas num tornozelo torcido.
Recomendado para todos os leitores de Rick Riordan, mas não exatamente para aqueles de primeira viagem. Afinal, estamos aqui explorando os mares antigos.