A Menina e o Leão, uma relação de amizade selvagem
Em A Menina e o Leão conhecemos Mia (Daniah De Villiers), uma adolescente revoltada que vive com a família em uma fazenda de animais selvagens na África do Sul, quando queria estar em Londres.
A vida da menina muda quando nasce um leão branco na fazenda, que ela batiza de Charlie e de quem ela fica muito próxima. No entanto, conforme Charlie vai crescendo, ele acaba se tornando perigoso e o pai de Mia resolve vendê-lo. A menina, então, decide fugir com o leão para levá-lo a uma reserva.
Amizade
A Menina e o Leão é um filme que fala primeiramente sobre amizade. É óbvio que existe um grande carinho entre Mia e o leão Charlie, mas em alguns momentos, tudo soa meio absurdo.
John e Alice (Langley Kirkwood e Mélanie Laurent), os pais de Mia, deixam que o leão fique dentro de casa e durma na cama da menina desde que ele nasce. Mesmo levando em conta que eles estão acostumados com animais selvagens e que trabalham com isso, é meio difícil de acreditar que eles deixariam um leão andar pela casa e brincar com os filhos como se fosse um gatinho. Ainda mais depois que Charlie se torna um leão adulto.
Assim como a ideia de que uma menina de 14 anos sairia de casa (dirigindo), com um leão no porta malas e andaria pela cidade toda, em alguns momentos com o leão ao seu lado, é tão absurda quanto.
As caçadas
Certamente o filme pode funcionar para plateias infantis, que vão se divertir com o leão e sua relação com Mia. Mas em um olhar um pouco mais apurado e maduro, o filme soa como uma fantasia que não se assume como tal.
Apesar disso, A Menina e o Leão têm um proposito bem claro, que é muito importante. Em determinado momento o longa fala sobre as caçadas, que consistem em turistas que pagam para caçar animais selvagens semi-anestesiados, provindos de fazendas como a que o pai de Mia gerencia.
O filme se posiciona claramente contra essa prática, assim como em relação a extinção de alguns animais selvagens. E até sobre o fato dos humanos desperdiçarem a vida de outros seres vivos para a sua própria diversão. E essa, certamente, é uma opinião que merece ser destacada. Quando o filme tenta nos conscientizar sobre isso, ele com certeza ganha pontos, e a melhor parte é que ele não é totalmente didático, colocando essa trama dentro da história, o que é interessante.
Aspectos técnicos de A Menina e o Leão
O filme exigiu uma boa produção, pois usa de alguns efeitos, especialmente quando trata de retratar os animais. Nesse sentido, o filme é muito bem feito.
A trama que deixa um pouco a desejar, porque embora fale de aspectos sociais importantes, o roteiro é um tanto inocente. Claro que se o espectador está disposto a embarcar na história, o que pode acontecer quando você gosta e defende os animais, é possível se divertir. No entanto, A Menina e o Leão tem algum aspecto que lembra o de filmes feitos para a TV.
As atuações estão boas, embora nada chame a atenção especialmente. Daniah De Villiers, a protagonista, que tem maior tempo de tela, consegue segurar bem o filme. A fotografia é especialmente bonita, porque mostra paisagens da África do Sul e diversos animais selvagens.
A Menina e o Leão tem seus acertos, como defender causas importantes e se posicionar firmemente sobre isso, mas é um filme que se baseia muito em situações tão inusitadas, que se tornam quase surreais e corre o risco de não convencer o público.
O filme entra em cartaz no dia 09 de maio.