A Mulher do Meu Marido, um filme bem carioca
Estreia no dia 29 de agosto nos cinemas brasileiros a nova grande maravilha da sétima arte, a película A Mulher do Meu Marido (Die Frau von mein Männer, Brazil, 2019). Do diretor Marcelo Santiago, responsável por outros marcos da dramaturgia tupiniquim como Fluminense Football Club – Centenário de uma Paixão (2002) ou Lula, o Filho do Brasil (2009), este filme é a nova desculpa arrumada para alguém tirar a Luana Piovani da geladeira. E imagino que seja aquelas smart fridges grandes, bonitas, com porta dupla prateada e acesso à internet para pedir leite automaticamente pela Amazon quando o estoque estiver baixo (mas que a Lulu usaria para discutir com estranhos no Twitter).
Gravado em um Rio de Janeiro no qual toda janela tem vista para o Pão de Açúcar, em uma época que o metro cúbico do GNV custava R$2,44; a produção pelo menos abusa dos pontos turísticos cariocas. Assim, dá ao público a chance de ver as belezas do Rio sem a preocupação iminente de arrastões.
A Mulher do Meu Marido
A trama, digna de uma produção da Televisa, gira em torno de dois casais que andam se desentendendo com suas monogamias. Eles traem um ao outro com um ao outro, assim como filiados do PMDB. Tal qual o partido político, o filme é totalmente preenchido com personagens odiosos, impossíveis de se empatizar. Cada um toma decisões randomicamente horríveis que prejudicam a todos (inclusive a eles mesmos mutuamente). O roteiro parece o resultado de 180 capítulos de uma novela de Glória Perez inspirada em uma crônica de Luis Fernando Veríssimo, mas que precisou ser resumida a um tweet e depois esticada para preencher um filme.
No final, é uma vantagem que o filme seja relativamente curto; mesmo que os 90 minutos de duração pareçam durar três dias… E que a pobre audiência NUNCA MAIS vá recuperar esse tempo perdido de suas vidas. Assim, o destaque vai para a atriz Aylin Prandi (que, veja só, é francesa e não argentina).
Sua agenda de estreia certamente prejudicará a bilheteria do filme, pois entra em competição direta com obras mais chamativas. Afinal, é possível que o público prefira assistir Yesterday de Danny Boyle, ficar em casa vendo reprises ininterruptas de As Branquelas na Netflix ou simplesmente se vacinar contra o sarampo. Todas realmente parecem opções melhores.
https://www.youtube.com/watch?v=g7Y0wL4hVqM&feature=youtu.be