Assassinos por Natureza, de Oliver Stone

O filme foi baseado no primeiro roteiro de longa metragem escrito por Quentin Tarantino, entregue nas mãos do pouco talentoso Oliver Stone, que conseguiu imprimir uma narrativa até que bastante estilosa e singular, expondo toda a característica ultra violenta tarantinesca.

A história coloca um casal de assassinos (Woody Harrelson e Juliette Lewis não só tem uma baita química, como vestem a camisa) ganhando ares de celebridade em confronto com um policial abusivo (o fraco Tom Sizemore), um diretor de presídio patético (Tommy Lee Jones brincando com caricaturas) e um repórter egoísta e ambicioso (Robert Downey Jr. no auge, ótimo como sempre), tendo a sociedade como gado no meio do fogo cruzado.

Inspirado em partes pela entrevista que Charles Mason concedeu de dentro da prisão, Assassinos por Natureza tem uma narrativa única e perturbadora (com uma trilha sonora igualmente atordoante), com tomadas inconstantes (ora tradicional, ora flertando com o cinema independente), usando sempre um divertido e brega fundo falso nas cenas de estrada, mudanças de linguagem em flashback (como a sitcom que apresenta o passado de Mallory com a família e como ela conheceu Mickey, com direito a claque), entre outros absurdos pra lá de bem-vindos que conversam o tempo todo com a história, em um nonsensismo explícito, como uma grande viagem de ácido.

Imagina então um filme desses na mão de um diretor competente?