Castlevania – 3ª temporada, o ápice do dark-fantasy

Série realiza desenvolvimento arrojado de personagens

Apesar do começo tímido com apenas 4 episódios em 2017, algo mais como um prólogo, o segundo ano da adaptação em anime do famoso game arrebatou fãs e não fãs dos jogos pela alta qualidade do roteiro, humanizando a figura central de Drácula, seus dramas e objetivos, onde focava todo o enredo no olho do furacão ao redor de seus princípios. Agora, sem Vlad Tepes na jogada, em Castlevania – 3ª temporada a humanidade e outras forças das trevas se veem desestabilizadas. Mas estão prontas para um recomeço, custe o que custar.

Com mais liberdade criativa e sem a obrigatoriedade de ser muito fiel a algum dos jogos da franquia, o roteirista de quadrinhos Warren Ellis consegue explorar melhor todas as possibilidades. Dividindo então a história em 4 subtramas poderosas. Seguimos acompanhando a jornada do caçador Trevor Belmont e agora de sua parceira (em todos os sentidos), Sypha Belnades. Ao chegarem numa vila eles se defrontam com uma seita recém-criada em ode a Drácula (agora uma sombra que paira sobre o mundo e nunca deixa de ser citada), após uma invasão demoníaca mudar a visão desses homens insanos.

Castlevania - 3ª temporada

Castlevania – 3ª temporada

Ambos apresentam forte química, entregando boas dinâmicas. Ainda que a oradora, a princípio, se comporte de maneira muito infantilóide, saindo completamente do tom do seriado. Isso prova que Ellis não manja muito de comédia ou sequer tem senso de humor para tal tratamento. Mas a qualidade não cai, dado o arco intenso que vai se construído por ali. A adesão de Saint Germain (do game Curse of Darkness) é curiosa, mostrando uma figura de intenções dúbias e que ainda evidencia explanações futuristas para o cenário. O mesmo pode-se de dizer do juiz local e de Prior Sala.

Por outro lado, acompanhamos a jornada sombria de Isaac com seu agrupamento de demônios a caminho de Gênova. Isso o faz ter um reflexivo momento com o capitão de uma embarcação, o contato com uma velha bruxa, até o ápice numa vila dominada por um mago ancestral. Enquanto isso, seu ex-parceiro forjador, Hector, agora é detido como prisioneiro de Carmilla no reino de Estíria, onde ainda conhece outras três vampiras de igual poder e que querem dominar a humanidade, mas diferentemente de Drácula, com uma estratégia que não culmine em extermínio completo.

Mais personagens

São elas, o casal Morana e Striga e a bela Lenore, que desenvolve um interessante relacionamento com o cativo. Por fim, não menos importante, o público é levado a acompanhar a rotina tediosa e lutuosa de Alucard no castelo de Drácula sobre a mansão Belmont (da maneira como ficou na última temporada), vivendo sozinho e em culpa pelo parricídio, até conhecer Sumi e Taka, dois asiáticos que eram escravos da vampira Chö e que agora buscam libertar seus iguais, com a ajuda do meio-vampiro.

Agora com 10 episódios, cada núcleo de personagens tem mais tempo de desenvolvimento em tela, sem jamais perder o ritmo ou ficar pedante, aumentando a escala de problemas e mistérios de cada ambientação, enquanto se expande a rica mitologia desse mundo e encorpa o enredo com situações narrativas inventivas, aflitivas e excitantes.

Em destaque, o penúltimo episódio, catártico, trazendo as 4 subtramas chegando em seus ápices simultaneamente, entre cenas de sexo e de batalhas sangrentas e infernais, em níveis riquíssimos de qualidade técnica, animação e erotismo adulto, nunca abolindo sua marca registrada: a sombriedade assomando tudo com perversidade, cinismo e brutalidade, ficando até difícil de escolher uma sequência, sendo todas elas em grande grau de excelência. Consolidando assim, Castlevania como a maior das séries dark-fantasy da atualidade.

Castlevania - 3ª temporada

Nome Original: Castlevania
Elenco: Vozes de Richard Armitage, James Callis, Alejandra Reynoso
Gênero: Animação, Ação, Aventura
Produtora: Frederator Studios
Disponível: Netflix

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