Jonas, os traumas que modificam a vida

Em 1995, quando tinha 14 anos, Jonas (Nicolas Bauwens) conheceu Nathan (Tommy Lee Baïk), por quem se apaixonou. 18 anos depois, o rapaz (dessa vez, interpretado por Félix Maritaud) ainda luta com os traumas desse primeiro relacionamento.

O filme acompanha seu protagonista em duas fases da vida: a adolescência e a vida adulta. Na primeira, que curiosamente é mostrada depois, acompanhamos um rapaz tímido e cheio de dúvidas, que se apaixona por Nathan, assim que o conhece. Os dois se tornam inseparáveis, mas um acontecimento misterioso interrompe a relação dos dois.

Jonas e Nathan
Jonas e Nathan

O longa intercala os anos de adolescência e os anos da vida adulta de Jonas, na tentativa de explicar como ele se tornou o que ele é hoje. O Jonas adolescente tem muito mais expectativas sobre a vida e pensa diferente do adulto que acompanhamos mais tarde. E, conforme vamos assistindo ao filme, vamos entendendo o que aconteceu com ele.

Jonas e a vida adulta

A trama começa nos apresentando a vida adulta de Jonas, que é um homem confuso e assustado, que se mete em brigas, marca encontros por aplicativos de relacionamento e não consegue se manter fiel a seu namorado (David Baiot).

O filme acompanha a adolescência e a vida adulta de Jonas
O filme acompanha a adolescência e a vida adulta de Jonas

O Jonas adulto em nada lembra o adolescente, que era esperançoso, sonhador e romântico. O longa quer mostrar como os acontecimentos da nossa adolescência influenciam diretamente na nossa vida adulta.

Conforme vamos assistindo ao filme e descobrindo seus segredos, também descobrimos o que causou a mudança no protagonista. Ele então, precisa recuperar seu relacionamento com Nathan para que possa sair da situação em que está.

Aspectos técnicos de Jonas

Jonas não é um filme que depende de uma grande produção, isso porque o que é importante no longa é o seu roteiro. O filme basicamente gira ao redor do rapaz. Somos apresentados a outros personagens – seus pais, Nathan, os pais de Nathan, entre outros – mas passamos o filme todo enxergando do ponto de vista de Jonas e, portanto, compreendemos a história da mesma maneira que ele.

Félix Maritaud como Jonas na fase adulta
Félix Maritaud como Jonas na fase adulta

O longa então, nos apresenta dois Jonas, o adolescente e o adulto, que parecem completamente opostos e antes que o telespectador entenda que estamos acompanhando o mesmo personagem em fases diferentes da vida, nem temos certeza do que está acontecendo, uma vez que os dois atores que interpretam Jonas não são nem tão parecidos fisicamente.

Ao longo do filme vamos entendendo qual é a intenção do diretor Christophe Charrier. Ou seja, falar sobre as mudanças que a adolescência de Jonas e, mais especificamente, o relacionamento com Nathan, surtiram no protagonista. Nesse aspecto, o filme carrega uma ideia interessante, mas que não se desenvolve totalmente.

Questões problemáticas

O problema é que o filme carrega o mistério sobre o trauma de Jonas quase até o final, em uma tentativa de manter o clima de mistério, que acaba deixando o público entediado. A escolha de mostrar a vida adulta e a adolescência de Jonas é boa, mas não dá espaço para desenvolver nem uma coisa nem outra totalmente.

O filme quer falar sobre os traumas de adolescência
O filme quer falar sobre os traumas de adolescência

Não sabemos, por exemplo, quase nada sobre o atual namorado de Jonas e conhecemos a relação dele e de Nathan em doses homeopáticas, e uma vez que estamos assistindo ao filme na expectativa de saber o que aconteceu entre o jovem casal, ele vai se tornando um pouco cansativo.

Não que seja um filme ruim, a ideia é boa e ele apresenta uma maneira atraente de retratar a história, mas é um pouco lento e demora para engatar e quando engata já está muito perto do final. O filme apresenta uma boa premissa, mas se perde no meio do caminho e deixa o telespectador querendo entender melhor tudo que se passou.

Jonas

Nome Original: Jonas
Direção: Christophe Charrier
Elenco: Félix Maritaud, Nicolas Bauwens, Aure Atika, Ilian Bergala, Marie Denarnaud
Gênero: Drama
Produtora: En Compagnie Des Lamas
Distribuidora: ARTE
Ano de Lançamento: 2018
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