Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock’n’Roll Salvou Hollywood
Um livro sobre o cinema americano dos anos 70
Em Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock’n’Roll Salvou Hollywood acompanhamos o escritor Peter Biskind contando sobre o cinema do final dos anos 60 e começo dos 70. Nomes famosos como Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Robert Altman e George Lucas aparecem, assim como os filmes de suas autorias.
Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock’n’Roll Salvou Hollywood é um livro não ficcional.
Nova geração
O livro fala de muitas pessoas, algumas que são muito famosas e outras nem tanto. Mas uma coisa todos esses personagens tem em comum: eles foram jovens nos anos 70.
Biskind fala sobre uma geração de diretores e atores disposta a mudar a cara do cinema americano através de novos pontos de vista. Na história do cinema, a década de 70 é certamente importante. Nela o cinema americano passou por um grande processo de mudança.
A geração que começou a fazer cinema no começo dos anos 70 foi extremamente influenciada pela Nouvelle Vague, um movimento de vanguarda francês que defendia que os cineastas deveriam fazer filmes mais autorais e menos vinculados aos estúdios. Para isso, eles recusavam clichês óbvios dos filmes hollywoodianos e tentavam inovar nas histórias e na montagem dos seus filmes.
O cinema
O cinema americano pós-Nouvelle Vague sai dos estúdios e começa a retratar o que acontece nas ruas. Com isso, também começa a explorar as histórias de pessoas comuns. Em um filme como Taxi Driver, por exemplo, acompanhamos o dia a dia de um taxista de Nova York (Robert De Niro) que está prestes a explodir em função das diversas pressões que sente. Se esse filme fosse rodado antes, provavelmente não acompanharia um personagem tão ordinário quanto esse. Ou seja, sairia em busca de um herói um pouco mais nobre.
Por outro lado, uma trama que fala de personagens mais comuns, também está mais perto dos público. Poucos de nós somos ou seremos heróis em algum momento da vida. Por isso, é mais fácil sentir reconhecimento em um filme que trata de temas mais próximos e de relacionamentos pessoais do que em um filme épico.
Os filmes da década de 70 se tornaram mais próximos dos espectadores. Por isso, essa geração de realizadores é tão importante a ponto de ser tema de um livro. Também é por isso que o livro é tão interessante, uma vez que nos coloca dentro dessa era e da produção de grandes filmes.
Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock’n’Roll Salvou Hollywood no cinema
Parece até redundante, mas é uma situação quase cíclica. O livro, que fala sobre cinema, acabou virando um documentário em 2003, com o nome de A Década que Mudou o Cinema.
A linguagem do livro e do filme são bem parecidas e, se tratando de um documentário, é difícil dizer que é uma obra fiel, afinal, é natural que seja. Mas boa parte das pessoas citadas no livro dão depoimentos no filme, o que é interessante.
Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock’n’Roll Salvou Hollywood pode passar a impressão de ser um livro que só vai agradar quem é da área de cinema ou os cinéfilos de carteirinha, mas não é o caso. O livro tem potencial para agradar qualquer pessoa, mesmo as que não são tão ligadas em cinema assim. A leitura vai inclusive estimular a busca por filmes mais antigos e não tão conhecidos.
Saber mais sobre cinema é sempre interessante
Para quem já gosta de cinema, então, o livro é um prato cheio. O leitor fica conhecendo histórias dos bastidores de diversas produções, como por exemplo, o fato de Francis Ford Coppola nunca ter querido dirigir a trilogia de O Poderoso Chefão, que ele considerava um filme comercial e que, inicialmente, Coppola queria dirigir exclusivamente filmes de terror b. Para os estudantes de cinema, o livro é material básico para estudar história de cinema. Inclusive vai ser muito fácil reconhecer acontecimentos que o livro cita.
De qualquer maneira, a leitura do livro é muito fácil e muito interessante, o que faz com que o leitor não queira soltá-lo antes de chegar ao fim. Embora trate de histórias reais, Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock’n’Roll Salvou Hollywood não é um livro cansativo.
Este é certamente um livro que vai agradar os cinéfilos e os estudantes de cinema. Mas também pode entreter qualquer pessoa que queira saber mais sobre o assunto.